sábado, 31 de outubro de 2009

Capítulo 4 ( parte 6)

Não sabia se estava realmente fazendo frio, ou estava ansiosa por ele está ali. Minhas mãos estavam um pouco geladas. Acho que Denise percebeu minha ansiedade, e o chamou.
- Fica assim não. Vou chamar ele. Certo? – disse ela, esticando o braço para chamá-lo.
- Não, não! – eu disse, com vergonha.
- Não quer? – ela me olhou com olhos arregalados.
- Quero, mas sei lá...
- Diego, vem aqui.
Ele chegou mais perto. Com um copo na mão, pra variar.
- Essa aqui é minha amiga Bárbara, super gente boa. E esse é meu primo, Diego, super gente boa também. Dão certo juntos.
Quando ela terminou, ele pegou minha mão e aproximou o rosto. Mais uma vez, beijo do lado, beijo do outro. Meu coração acelerou. Depois ele soltou minha mão.
Não queria ter visto ou percebido aquilo, mas notei que ele não queria aquilo. Estava ali como se fosse necessidade.
- Bom, vou deixar vocês à sós para poderem conversar ta?! – ela disse e saiu.
Ele não se moveu. Apenas virou o copo de bebida, e não ficou de frente para mim, mas sim de lado. Eu sabia que ele não queria estar ali, e eu fiquei envergonhada com aquilo. Parecia uma boba. Eu vi nos olhos dele que ele não queria estar ali, não queria me conhecer, que eu não era nada ali. Era apenas mais uma que ele teria a obrigação de beijar. Mas ainda assim, não saí. E falei por fim, após um minuto esperando por ele:
- E aí? – saiu sozinha, não tive culpa.
- E aí? Foi você que a Géssica me apresentou na escola, não foi? – ele disse. Ainda sim, não virado só para mim.
- Eu mesma. – respondi.
Ele balançou a cabeça positivamente. E fez um som como “huum...”.
Ele pegou o copo, e o colocou na mesa, agora voltando para mim. E se aproximou mais, me dando um selinho, eu perguntei:
- E é fácil assim? – com menos de dois centímetros de distância dele.
- É, não?- ele fez um sorriso malicioso, lindo.
E com a música “ Take a Bow”, de Rihana, ele me beijou de novo. Dessa vez foi um beijo verdadeiro. Meu Deus, nunca tinha sido daquele jeito, aquela intensidade. Como poderia existir algo tão bom como aquele beijo. Por que eu não o encontrei antes? Por que ele só me apareceu agora? Por que aquilo só estava vindo agora? Aquela sensação. O beijo era perfeito, o melhor de toda a minha vida, talvez o melhor que deve ter existido entre duas pessoas. Nem um beijo apaixonado seria assim, bom, perfeito e mágico! Estávamos ali a um bom tempo, nos beijando. Não queria mais parar, queria que fosse assim, para sempre. Que nossos corpos e nossos lábios nunca se afastassem, jamais, que fosse só assim, até que a morte nos separasse. Mas me sentia já um pouco sem fôlego. E parei. Eu o fitei, com um sorriso satisfeito no rosto, ele também fez o mesmo. Mas não me abraçou.
- Vou aqui. – ele me disse, entrando na casa.
Nossa! Todos me encaravam! Que vergonha! Tinha a certeza de estar vermelha, mas não liguei. Olhei para Géssica e ela fez um sinal de legal para mim. Apenas sorri, e vi que estava com menos frio agora. Lá vinha ele, sorrindo. Me abraçou, e quando ia me beijar, três homens chegaram mais perto.
- Você está namorando com ele? – perguntou o mais alto.
- Não, não! – eu respondi sorrindo. Ele estava na minha frente, de novo com o copo. Apenas sorrindo, e me fitando com os olhos. Parecia me observar. Vendo meu jeito, minha aparência.
- Você me dá quantos anos?- perguntou outro, mais baixinho e gordinho.
- Não minta! – disse o grandão de novo.
- Sei lá, 28?- eu respondi. Aquela não era uma situação legal. Eu queria mesmo é beijar o Diego.
- Você me dá tudo isso? – ele perguntou.
- É, acho que sim. – respondi, olhando para Diego. Por que ele não os mandava embora?
- Você sabia que eu sou mais novo que ele? – ele falou apontando para o grandão.
- Você me dá quantos anos? – perguntou o grandão.
- Ei gente, vamos deixar o rapaz namorar, vamos. – disse o mais baixinho dos três. Finalmente alguém tinha dito aquilo.
- Vamos. Parabéns viu, meu primo é gente boa ta?! – disse o grandão ao sair.
Ele abriu o sorriso de novo para mim, se aproximando novamente e me beijando. Dessa vez o beijo ainda foi melhor, e com mais emoção. Melhorando ainda mais a perfeição. Não sabia que ainda havia algo que ultrapassava ela. Ele era todo perfeito, isso me deixou mais apaixonada. Quando paramos, eu não conseguia cair na real e ver que eu beijava aquele menino, aquele que se julgava mais tudo pra mim naquela hora. O mais lindo, que tornaria minha vida a melhor de todas.
- Não tem problemas para você me beijar aqui, na frente de todo mundo? – eu perguntei, abraçada com ele.
- Não. Tem pra você? – ele perguntou.
- Claro que não. – eu disse.
- Então pronto, relaxe! – ele disse e sorriu de novo. Depois me beijou. Novamente, me perdi em pensamentos.
Como poderia ser tão bom assim. Jamais imaginei encontrar de novo a felicidade com outra pessoa depois de Junior. E agora, mais parecia um conto.
- Vou aqui. – ele saiu de novo, para dentro da casa.
Denise me chamou.
- Que foi aquilo? – ela me perguntou, pegando na minha mão. – Nossa! Você em menina, ta quente, quente. – ela riu com aquilo.
- Pois não é! Quando vi, já estava em seus braços, e beijando a boca dele.
- Esse meu primo, viu, sei não!
- Lindo, perfeito, tudo! – eu disse, até rápido demais.
- Ainda bem que você gostou. – ela falou.
- Valeu, Denise! Muito obrigada mesmo. – eu a abracei.
- Por nada! Mas, sim, você vai com a minha tia, tudo bem?- ela falou.
- Tudo, quando ela for você me avisa.
- está bem. Mas agora volta pra ele.- ela disse me empurrando.
Novamente, me afundei nos braços dele. Me aprofundei nos beijos e nos carinhos e carícias dele. Era tão bom. Mal conversamos, nos beijamos mais. Queria aquilo para sempre. Sei que não teria, então tinha que aproveitar ao máximo. Passamos mais de uma hora ficando, sem interrupções, nem nada. Só beijos.
- Ei, tenho que ir ali no carro. – ele disse, saindo.
- Tudo bem.
Ele se foi. Voltei para perto de Denise. Uma mulher a chamou. E fiquei só.
- Amiga, a minha tia já vai.- ela me disse.
- Certo, vou só buscar minha bolsa.
Eu subi correndo as escadas e a peguei. Quando cheguei lá fora, antes de ir, me despedi só de Géssica e Denise, não queria que a mulher ficasse me esperando por mais tempo.
Perto do portão, lá estava ele, dentro do carro, mudando o cd.
- Diego, tenho que ir. Tchau. – eu disse.
Ele saiu do carro, e veio até a mim.
- Não vai agora!- ele pediu, dependendo de mim, eu não iria mesmo, mas tinha que ir.
- Tenho que ir. Adorei te conhecer. – eu disse a ele.
- Eu também. – ele falou isso e me beijou. – A gente se vê por aí.
- Está bem. – disse e saí.

Capítulo 4 ( parte 5)

A angústia estava tomando conta de mim, quando ele apareceu na porta. Ah! Ele tinha ido tomar um banho. Agora estava usando uma bermuda preta com uma blusa preta também. Continuava lindo. Ele veio na nossa mesa. Nesse momento me deu esperanças dele falar comigo. Mas pareceu que ele não tinha visto niguém ali. Ele falou com todos lá, mas quando me viu, apenas desviou o olhar. Aquilo tinha sido humilhante, e despedaçou meu coração todinho. Fiquei com a cara no chão. Mas me perguntei, se aquilo se devia dele já estar bêbado, se era porque ele não lebrava, ou se ele não queria mesmo falar comigo, pois já sabia minhas intenções.
A música começou a mudar. Agora tocava músicas mais pop. Agora, só estávamos na mesa, eu, Denise, Arthur e Bruno. Géssica saiu para outra mesa de amigos, como tinha me dito Denise.
A festa acabou total para mim, já queria ir embora, não me sentia mais tão bem ali. É tanto que já estava sentada. As pessoas começaram a sair. E eu nem sabia com quem iria.
- Ei mulher! Ânimo, vamos. - tentava me animar, Denise.
Eu apenas sorri e me levantei.
Ele chegou na nossa mesa.
Foi quando eu o vi, bastou o primeiro olhar. Foi o sorriso dele, o jeito dele, os olhos dele. Naquele momento senti que o mar de amores impossíveis me puxava com força; a onda gigante de pensamentos referentes a ele me afogou, mas o tsunami "medo de sofrer" tentou me recuperar à terra firme. Segundos se passavam, e eu percebi que o vírus da paixão tinha me picado, e eu já estava doente, bem doente. Resolvi lutar, e não olhar mais, mas como um imã, ele sempre voltava para ele. Quando o encontrei de novo, essa sensação subiu mais em mim, e me tornei uma estátua. Não sabia o por quê, mas em meus olhos se formaram um rio de lágrimas, que estavam prestes a escorrer deles. Mas respirei fundo, e elas voltaram.

Capítulo 4 ( parte 4)

- Antes de descermos, temos que bater uma foto, para colocar no mural depois.- disse Géssica, pegando a câmera.
- Espera, espera! Ainda não estou pronta. - disse Denise, retocando a maquiagem.
- Pois vamos bater logo uma minha e sua, Baba. - ela disse.
Começamos a bater fotos. De todo o jeito. Elas tinham uma arrumação de abter fotos fazendo caretas, e isso era divertido.
O som começou lá embaixo. Primeiro era um som remixado, bem legal, e totalmente contrário do que pensei que tocaria, forró. Por sinal já tinha chegado gente.
- Primeiro vou ver se tem muita gente. - disse Géssica ao sair.
- Olha, depois vou te apresentar ao Diego tá?! Eu acho que quando a Géssica chegar lá embaixo vai se misturar com os outros amigos dela, mas você fica perto de mim, tá?! Só não te apresentar logo a ele, mas vou apresentar. - disse Denise, parecia que ela queria me consolar, não sei o por quê.
- Claro, tudo bem. - eu respondi.
- Ei, os meninos chegaram, tá massa lá embaixo. Quase todo mundo já chegou. - disse Géssica ansiosa.
Quando olhei para o relógio, já era oito horas.
- Vamos. - Denise me puxou.
Tive que respirar fundo agora. Não sabia bem, estava ansiosa demais.
Realmente quando chegamos lá embaixo já tinha muita gente. Muitos homens até. O som estava bem legal, eletrônico. As bebidas estavam na calçada da varanda da casa. No restante, era só as mesas e o poo tudo misturado.
Quando saimos, todos nos olharam, e continuaram a nos ver enquanto passávamos por eles.
As meninas conheciam todos, falava com todos, e me apresentava a eles. Os meninos realmente eram de tirar o fôlego, alguns, mas nenhum se comparava a ele, que por sinal não vi. Parecia que quanto mais parávamos, mais gente chegava. Ao ver a roupa das outras meninas, eu vi que nós três estávamos certas. As outras também usavam salto. Algumas alto demais, outras, baixinho, mas era salto!
Nós paramos numa mesa, que era dos primos delas. Eles eram super simpáticos, como elas. Os nomes era Bruno e Arthur.
As meninas me ofereceram bebida, mas não quis. Não gostava daquilo, apesar de nunca ter provado. Nunca me via em situação de beber, e assim como muitas, beber para afogar as lágrimas, aquilo não era pra mim.
Num rápido momento, desviei o rosto, e vi ele. Extremamente perfeito. Sua blusa era rosa, e estava de calça, e com um sapatênis. O outros meninos estavam usando bermuda mesmo. Era assim que ele se destacava mesmo, mais lindo, e lindo.
Ele já estava com o copo de bebida na mão. Ele dava muito valor à bebida! Ele dançava, sem seguir bem o ritmo das músicas, mas dançava. Os amigos dele, iam no ritmo. Isso me mostrou que ele era divertido também. Eu fiquei notando ele por um longo tempo. Até o momento dos parabéns.
Na hora dos parabéns os primos dele, onde ele estava na mesa, começaram a jogar ovo nele. Foi engraçado a situação. Todos corriam na direção dele, jogando mais e mais ovos. Até o coitado do bolo não escapou. Depois de todos serem servidos, eles começaram a jogar as sobras nele.
Depois disso ele sumiu. Fiquei me perguntando para onde ele tinha ido, e se tinha ido com alguém.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Capítulo 4 ( parte 3)

Começamos com os preparativos do aniversário, e nada dele! Era muita bebida que tinha ali, talvez era muita gente mesmo.
- Ei Dê, você sabe que roupa vai vestir à noite?- perguntou Géssica. Essa parte me interessava, também não sabia o que vestir.
- Vou vestir minha saia, camiseta e um saltinho básico. Está de bom tamanho. e você?
- Não sei ainda.- ela respondeu.
- E você, Baba né?- ela me perguntou.
- É, bom, vou usar uma calça, blusinha simples e ainda não sei se de saltinho ou rasteirinha. - eu respondi.
- Se eu fosse você, ficaria o mais bonita possível, porque meu primo chamou os amigos e primos dele. São muitos, e todos lindos. E fica mais bonito saltinho né?- disse Denise.
- É, acho que vou de salto mesmo.- eu falei.
- Mas a Denise já quer o Diego. - falou Géssica.
- Vixe! E é? Meu primo é uma pessoa maravilhosa, mas é do tipo, para não se apaixonar.
- Já me avisaram isso. - eu falei.
- Mas é bom dar uns pega nele. Minhas amigas piram por aquele garoto. - disse Denise.
- Ei os apresentei, assim que chegamos na aula. Mas tocou mesmo na hora. Eles não conversaram. Mas hoje vou apertar na mesma tecla. - avisou Géssica.
Ficamos limpando as mesas que estavam lá fora, depois fomos para a cozinha, ajudar na comida. Fomos terminar as cinco da tarde, e o aniversário começaria às sete.
Começamos a arrumar os cabelos, queríamos estar ótimas mais tarde. Géssica tinha alguém em mente para poder ficar. Mas Denise não.
Ao terminarmos os cabelos, seis e meia da noite, fomos tomar o banho. Denise foi apontada como a que demora mais, segundo Géssica, então ela foi tomar o banho lá em baixo. Eu fui a primeira a tomar banho no banheiro das meninas. Não demorei muito. Quando Géssica terminou, Denise tinha acabado de chegar para se trocar. Me troquei no banheiro, e elas por lá mesmo.
Eu fui a última a ficar pronta. Como não sabia me maquiar bem, esperei Denise acabar para fazer a minha. Estava decidida em ir de saltinho. Géssica acabou usando o vestido mesmo e salto alto, e Denise, assim como eu, usou calça e saltinho.
Denise me maquiava, quando a mãe de Géssica entrou no quarto.
- Como estou? - perguntou ela. Ela usava calça também, acompanhada de uma blusa que valorizava o corpo dela, que era magro, mas com formas, e uma sandália de salto alto.
- Linda, tia ! Abalando tudo! - disse Denise.
- Diego chegou aqui, com uma corrente e uma aliança, que Paty deu para ele. Linda! - ela disse. Senti uma dorzinha no peito ao ela dizer isso. Então o nome dela era Paty?!
- Os meninos vieram? - perguntou Géssica ansiosa.
- Com ele, só vieram Bruno, Mateus, Henrique, e Arthur.
- Vou lá embaixo, quero vê-los.- disse ela.
- É. sei que você quer ver. - brincou Denise. - Pronto, terminei, olha se tá bom.- ela disse comigo.
Me olhei no espelho. Estava legal. A maquiagem estava perfeita, mas não me sentia perfeita.
- Ela está linda. - disse mãe de Géssica.
- Obrigada. - eu disse tanto a Denise, quanto a mãe de Géssica.

Capítulo 4 ( parte 2)

Como combinamos, Géssica foi me buscar após o almoço. Eu já estava pronta, só na espera dela. Tia Flórida já tinha chegado, e repassou as mesmas recomendações para Géssica. " Independentemente da hora, Géssica terá de vir ainda hoje, está bem?", disse ela à Géssica.
Fomos caminhando, e durante todo o caminho, ela caracterizou todos da família.
Os pais dela eram separados, ela só morava com a mãe, os tios, a prima, o primo, e os avós. O caminho não era muito longo, era uma rua após a minha, mas a casa ficava dsitante, um pouco separada das outras. Era grande e avistada, no começo da rua já dava para vê-la. O terreno era enorme! Mais parecia um sítio. Por fora, a casa era de uma cor marfim bem claro, que mais parecia um branco, dentro era azul, um azul quase marinho.
Quando entramos, não tinha ninguém na sala. A sala era grande, era ocupada por dois sofás branco, uma tv enorme, e uma instante, com muitos filmes. Perto tinha uma escada, e Géssica subiu, eu fui atrás. Em cima tinha três quartos e um banheiro do outro lado. O primeiro quarto, ela me apontou dizendo que eram de seus tios. Ele estava bagunçado e ela justificou, dizendo que era por conta da mudança. O quarto dela era um rosa-lilás, muito bonito e arrumado. era composto de duas camas e um guarda roupa que mais parecia um closet, e que ocupava a maior parte do quarto.
Ela pegou minha bolsa e colocou dentro daquele mundão.
- Essa é minha cama - falou ela apontando para a cama de solteiro-, e essa - apontando para a de casal- , é de minha prima, Denise, que você vai conhecer.
Quando ela disse isso, me perguntei se essa Denise era irmão de Diego, já que era prima dela.
- Vamos, vem conhecer o resto da casa. - ela me chamou.
O último quarto era dele, não fomos pois estava fechado. Será que ele tinha chegado? O desespero tomou conta de mim. Será que ele lembraria de mim? Se ele viria falar comigo? Se ele queria estar comigo? Será? Fiquei com essas indagações, e Géssica me cutucou.
- Vamos? - perguntou ela, olhando para mim, enquanto eu fitava o teto.
- Sim, sim. Desculpas.
Descemos as escadas. Perto dela, antes da cozinha, tinha mais dois quartos e um banheiro. Um era de sua mãe, e outro de seus avós.
Seguimos até a cozinha, onde vinha todo o barulho da casa. Ao entrar todos me receberam com beijos do lado e do outro. A mãe dela era nova, e bonita. Sua tia, e provávelmente mãe dele, era mais velha que a mãe dela, mas era bonita também. Reconheci logo o pai dele, tinha os mesmos traços. Denise, a única que aprendi o nome, era alta, do meu tamanho. Ela não tinha nada a ver com Diego, nem com os pais dele, talvéz não fossem irmãos. A única coisa que ela ainda tinha dele, era a altura. Ela era alta, magra e loira. Foi bem simpática, me recebeu super bem.

Capítulo 4 ( parte 1)

Sábado. Acordei seis da manhã, mas dormi de novo. Quando foi nove horas, acrodei de novo e me levantei. Bruna e Racchel já não estavam mais na cama. Então tomei banho, arrumei a cama e desci, estava faminta! Racchel estava lavando a louça, e não vi Bruna.
- Cadê o povo dessa casa? - eu perguntei, ela não me daria uma resposta ignorante.
- Ela foi fazer compras com mamãe. E meu pai acabou de sair para o trabalho. Hoje o turno dele é a manhã e tarde.
- Ah. Ainda tem pão? - perguntei.
- Sim.
Então encerramos o diálogo. Ela não disse mais nada. Eu coloquei meu mp3 no ouvido, não gostava de silêncio. Uma menina chegou e chamou ela. As duas seguiram para o quarto, a menina vinha com uma bolsa, talvéz iria dormir lá.
Terminei de lanchar, e precisava começar a arrumar minha bolsa para levar pra casa de Géssica. Temi em abrir a porta, então bati nela. Lá dentro gritaram, dizendo para entrar.
Peguei minha mochila preta pequena, a que eu usava na minha antiga escola. Thaís tinha me dado de presente no meu aniversário, eu a tinha visto na loja e me apaixonei.
Comecei a colocar o essêncial; sabonete, peças intímas, perfume... mas quando chegou na roupa, não sabia o que colocar. Não me lembrava se o niver seria a tarde, ou à noite. Pensei, mas não lembrei. Então liguei para Géssica.
- Amiga, o niver é a noite?- eu perguntei antes dela dizer alô.
- É. - ela respondeu. Sua voz era daquelas que tinha acabado de acordar.
- Então tá, tchau.
- Tchau.
Voltei para o guarda-roupa, as meninas saíram do quarto. Ainda bem, não gosto quando ficam me observando fazer as coisas. Eu peguei a minha calça que era guerreira. Adorava aquela calça, ainda não a tinha usado aqui. Não tive a oportunidade.
- A calça está ok, mas e a blusa? - perguntei para mim mesma.
Comecei a olhar na gaveta, minhas outras blusas estavam lá. Não consegui encontrar uma legal. Voltei para o guarda-roupa. Assim que vi as blusas, peguei uma que não vestia a tempos, minha blusa lilás. Tinha ganhado ela de minha mãe. Ela era decotada demais, mas não liguei.
- Pronto! Blusa, ok! Agora, sapato.
Pensei como iria, será se daria muita gente? Talvez! Mas acho que não iriam tão arrumados, né? Eu é que não sabia. Acabei colocando minha rasteirinha rosa, e minha sandalhinha baixinha, preta. Caia muito bem com minha roupa. Em seguida, peguei minah maleta de jóias e tirei meu brinco de estrelas, que eu mais gostava, e meu anel, sempre que eu o usava me dava sorte.
- Pronto! Só falta Géssica vir me buscar agora! - disse satisfeita.

capitulo 3 ( parte 9)

Rofolfo levou bebida. A cachoeira era grande e funda. Ela ficava bem embaixo de umas árvores. O caminho era longo, mas mesmo no começo dele, ouvíamos o som da água. Fazia tempo que não tomava um banho desses. Acho que mais de seis meses. Bruna disse ter vindo comigo uma vez, mas não lembrava.
Foi um programa legal para se fazer, bem diferente. Lucas veio com um papinho para cima de mim, mas me afastei.
- Amiga, você vai mesmo né amanhã? - me perguntou Géssica enquanto eu entrava em casa.
- Vou sim.
- Pois eu venho te buscar depois do almoço. tchau- ela disse, saindo já. Rofolfo foi deixá-la em casa.
Estávamos mortas. Eram 4 da tarde quando chegamos. Apenas tomamos um banho e fomos dormir.

capitulo 3( parte 8)

À noite, eu e Bruna fizemos brigadeiro, e fomos dormir mais de uma hora da manhã. Racchel também, mas não estava com a gente, ela estava ouvindo o mp3. Ela me pediu, mas não falou mais nada.
Amanheceu chovendo, e muito frio! Quase não tomava banho, mas não dava para sair assim. Isso nos deu vontade de beber um chocolata quente. Tia Flórida estava melhor e fez pra gente. Ela foi nos deixar na escola.
- Bom dia! - dizia Hytallo, me abraçando.
- Bom dia amor! - eu disse.
Eu estava feliz, e ansiosa. Feliz e ansiosa porque amanhã já era sábado. O aniversário dele seria amanhã, eu estaria mais perto dele. Será que ele lembraria de mim?
Quando chegamos na sala, Géssica estava lá, e me abraçou.
- Está ansiosa?- ela me perguntou.
- Demais.- respondi.
Hoje mais uma vez tive que me apresentar na aula. Géssica e Hytallo começaram a se dar bem, apesar das diferenças. Combinamos até um programa para a tarde juntos. Iríamos na cachoeira. Eu chamei Bruna, e Racchel, que chamaram Lucas, Gaby e mais outros dois. Racchel disse também que ia chamar Rodolfo.
Depois da aula, cada um foi em casa pegar um biquini e dinheiro para comprar um lanche para levar. Nos encontraríamos na entrada do caminho.

Capítulo 3 ( parte 7)

Fomos no quarto de tia Flórida e ela dormia. Bruna verifcou se ela ainda estava com febre, mas viu que já tinha passado.
Depois do almoço, fui atrás de meu celular. Tinha três novas mensagens. Uma de Hytallo, em que dizia:
" Bom dia, amiga! Não vai dar para eu ir a aula hoje. Minha mãe amanheceu meio mole, e vou ficar para cuidar dela. Espero que tenha um bom dia! Beijos, Ithinho."
A outra era de Carina:
" Minha Baba, que saudades de ti! Precisando conversar com você, sobre o Junior. Você me ligou, mas não estava em casa. E meu celular está mudo. Eu liguei para seu telelfone, mas estava desligado. Quando ver a mensagem, e puder, liga para o celular da minha mãe. Te amo *-*"
A última era de Géssica:
" Amiga, desculpa por ter sido meio chata hoje com você, mas é porque não amanheci legal. Me esforcei, mas não consegui melhorar meu estresse. Prometo amanhã estar bem melhor, Géssica."
Ainda tinha um pouco de crédito, então mandei uma mensagem para Carina, pedindo para ela me mandar um email, me informando as novidades, e o que ela queria conversar comigo, me justificando por não ligar para ela.
Acompanhei Bruna até a igreja, onde ela fazia crisma. Fiquei no lado de fora, escrevendo em meu diário, onde há tempos não escrevia:
" Nossa! Como faz tempo que não desabafo aqui! Andaram acontecendo tantas coisas na minha vida esses últimos dias, que não tinha tempo para agir. Acho que parei um pouco no tempo. Mas estou voltando de novo a andar, andar em círculos. Acho que vivi e sofri o sulficiente a dor do amor durante dois anos. Aquela dor aguda, que machuca tanto meu peito, como uma faca afiada. Hoje, meu coração está acelerando, batendo forte de novo, e de novo, com alguém que não servirá para mim."
Escrevi apenas isso, ao sentir uma pessoa em minhas costas. Quando me virei era Lucas. Ele estava com um sorriso no rosto, esperando meu convite para ele sentar ao meu lado.
- Oi, faz tempo que me observa? - eu perguntei.
- Ei cheguei, e você escrevia. Mas não se preocupa, não vi o que você colocou aí não!- ele disse.
Não queria mesmo que ele tivesse visto aquilo. Não que não confiava nele, mas porque era uma confidêsncia que não gostava de compartilhar com pessoas que não eram tão intímas de mim.
- Não, tudo bem. - eu falei.
- O que você faz em plena duas horas da tarde sentada aqui a porta da igreja? -ele me perguntou.
- Estou acompanhando minha prima na crisma.
- Ah, falando nisso, Racchel veio? Ela está melhor? - ele perguntou.
- Acho que sim. Pelo que Bruna me disse, ela deve estar. Tahuan foi deixá-la em casa, enquanto eu e Bruna seguimos a pé. Quando chegamos ela já dormia.
- Ah, sei. Mas vocês já se falam de novo?- ele perguntou.
- Ela te disse? - eu perguntei. Não sabia que eles eram tão próximos ao ponto dela falar isso.
- Sim, sim. eu sou a dupla dela na sala. Ela confia em mim, e me conta tudo.
- Então você deve saber que não estamos nos falando ainda.
- Ah, desculpa. - ele deve ter percebido que aquilo significou um basta naquela conversa.
- tudo bem. - eu respondi.
- Mas e aí. Você já tá com alguém daqui?
- Se eu estou ficando? - perguntei.
- Sim.
- Não, não. Aqui não tem quem faça meu estilo. - eu disse.
- Ah, bom. pensei que Diego fazia. - ele disse, irônico.
- Não, ele que não faz mesmo. Mas ainda faz mas do que você. - eu respondi no mesmo tom de voz dele.
Ele ficou em silêncio, mechendo no celular. Eu olhei incrédula, ele não percebia que eu queria ficar sozinha aqui?! Eu disse que tinha que ir na lan house. Apenas avisei a Bruna e fui lá. Era perto, na mesma rua.
Ao entrar, Carina já tinha me mandado o email, no qual dizia:

Amiga, que saudades de você! Não faz nem uma semana, e meu coração tá aqui aperriado de tantas coisas que andaram acontecendo aqui. Amiga, a Thaís está grávida! Nós duas vamos ser as madrinhas, como sempre prometemos uma para a outra! O Fernando ficou muito feliz, totalmente o contrário que eu pensva que aconteceria! Ela antes, querai abortar, mas eu e Fernando não deixamos, agora ela aceita a idéia, sabe! Eu estava com medo do que a mãe dela iria fazer, mas ela disse que lava as mãos, agora ele teria que dar um jeito de sustentar a criança, que ela sabia que a partir de agora, era adeus para as festas e tudo. Mas foi bom, melhor do que ela expulsa-la de casa, néh?
Sim, tenho uma coisa para te contar. O Junior saoube que você foi embora, e ficou louco amiga. Ele veio aqui em casa, chorando, dizendo que te amava, que você não deveria ter abandonado a gente. Pediu para eu te dizer que te amava muito, que ele agora estava arreependido por tudo que te fez, mas agora sabia que você era a pessao certa para ele, e tudo. Me perguntou qual era o numero do teu telefone, e onde você tava morando. Eu disse que ia te perguntar. Posso dar? Sim, e as novidades?
Saudades de minha amiga-irmãã! Te amo *-*


eu comecei a responde-la:

Ai amiga, que também estou morrendo de saudades de você. manda lembranças para todos aí. Fiquei muito feliz pela Thaís e Fernando. O filho vai nascer perfeito, porque eles dois é o casal mais lindo que conheço no mundo.Diga a ela que se ela perder nosso afilhado, tentar tira-lo dela, ela vai ver!
Amiga, lembra que você me prometeu que ele viria atrás, que o Junior vinha e eu nem ligaria mais? é o que tá acontecendo agora ne? ainda bem que ele reconhece, mas eu não ligo mais amiga. Agora, quem irá chorar será ele. Ele vai se humilhar tanto, que nem pena eu terei dele! vc não dá meu numero não. deixa ele ficar te aperriando bem muito viu!
amiga, agora acho que estou me apaixonando por um menino aqui. mas ele tem fama de ser um cara que não vale apena, bem pior que o Junior. mas vai ser passageiro, né? assim espero!
mas e você? como tá tua relação com o Denis? tudo já se resolveu? manda beijos para ele, meu cunhado preferido!
saudades, te amo!


Quando terminei, saí logo, e lá vinha Bruna, acompanhada de Gaby.
- Oi Gaby! - eu disse.
- Oi linda! Tudo bom?- ela respondeu.
- Sim, sim. E com você?
- Tudo.
Seguimos conversando bobagens. Ao chegar, fui arrumar a cozinha, enquanto Bruna arrumava a sala. Tia Flórida estava bem já. Ela assistia tv na sala com Racchel.

Capítulo 3 ( parte 6)

Percebi que Géssica estava satisfeita com meu silêncio. Eu não comentei mais nada durante o resto da aula. Na hora a saída ela apenas disse" Até amanhã" e saiu nas pressas. Me perguntei se o problema era eu mesma, ou era ela que estava meio estressada hoje. Tia Flórida tinha ligado para as meninas dizendo não estar muito bem, e por esse motivo não iria nos buscar hoje. Fomos caminhando, faltava mais de uma quarteirão para chegarmos, e Rodolfo passou de moto, levando Racchel.
Bruna estava chateada comigo, eu sabia. E sabia o porquê. Mas não falei nada. Esperava ela me falar alguma coisa.
Quando chegamos na nossa rua ela enfim parou.
- O que foi Bruna? - eu perguntei, me virando para ela.
- Você mentiu pra mim! - ela me acusou.
- O que você está falando? - eu perguntei incrédula.
- Você disse que não sentia nada por aquele menino. E estava sendo apresentada a ele, na frente de toda a escola. Poxa prima, pensei que você confiava em mim, mas vejo que não.
- Prima, mas esse história de ser apresentada, foi invensão da Géssica. Não me acusa por isso. Foi só uma apresentação.
- Quer bem dizer que você ainda não sente nada por ele?
- Prima,- eu disse e me sentei na calçada- senta aqui.
Ela se sentou e ficou na espera de uma explicação.
- Eu realmente não vejo mais ele do mesmo jeito que o via. Eu comecei a acha-lo interessante. Eu disse a Géssica e ela me apresentou.
- Você antes contou para aquela menina, e não para sua prima, que você conhece a mais tempo.- ela estava chateada.
- Prima, é porque tive medo de você dizer a mesma coisa que a tia Flórida sempre fala. Foi só por isso.
- Você deveria ter contado para mim. Eu não ia fazer isso. Quem sou eu para julgar alguém por estar afim de outro alguém? Mesmo ele sendo errado para ela, e ela saber disso? Quem sou eu? Olha meu caso com o Tahuan!
- Desculpa prima. Deveria mesmo ter te falado, mas estava insegura ainda do que estava sentindo.
- Tudo bem, mas não me esconda mais nada. Você não deve contar muito com as pessoas daqui, nem todos são de confiança.
- Certo prima. Mas você me perdoa?
- Perdoou. Mas nunca mais deixe passar algo desse tipo de mim viu?- ela falou, se levantando.
- Está certo! Prometo. - me levantei e dei um abraço nela.
- Agora vamos, se não a gente fica do lado de fora. Racchel não dormiu nada a noite, quando chegar vai logo dormir.
- O que houve? - eu perguntei enquanto caminhávamos.
- Ela não se alimentou o dia todo. A noite, quando foi comer, colocou tudo pra fora.
- Mas por que ela não se alimentou?- perguntei, me sentindo um pouco culpada, seria por causa da nossa discursão?
- Não sei. Ela tava fazendo greve de fome porque tava brigada com o Rodolfo, mas já tinham feito as pases.
- Ela ainda tá com raiva de mim, né?- eu precisava saber disso.
- Não, não está. Eu perguntei a ela ontem. Ela disse que nunca esteve com raiva. Apenas queria que você tivesse chegado, se sentisse algo. Ela não fala com você, por ela ser uma pessoa muito orgulhosa, mas se você falar, concerteza ela responde.
- Pois vou conversar com ela.- eu disse.
- Mas não fala nada do Diego, só se ela perguntar.
- ok!
- Mas e aí, como foi esse interesse repentino pelo Diego?- ela voltou a me perguntar.
- Não sei bem. Eu vi ele , e tive um sonho, que iria ficava com ele. Isso era minha paz, então acho que com ele, posso ser feliz de novo. entende?
- Entendo. É estranho, mas já vivi isso, sei como é. Eu comecei a me apaixonar pelo Tahuan assim mesmo.
- É tão ruim. Não quero me apegar a ele, pois já sofri por amor, e todos dizem que com ele, vou só sofrer.
- Mas é verdade. Ele é uma pessoa que nasceu para ficar só.
- Mas ele tem a namorada dele, Géssica diz que acha que ele gosta dela.
- Como uma pessoa gosta de outra daquele jeito. Ele não gosta dela, porque ele não a respeita.
- É, quando gosta deve ter ao menos isso.
Chegamos em casa. A porta não estava trancada, e tio Enário estava na cozinha, de farda, acho que ele tinha acabado de chegar.
- Boa tarde pai! - disse ela ao entrar.
- Boa tarde , tio! - eu disse em seguida.
- Bom dia! Ainda não é meio dia! - ele falou.
Acho que ele tinha chegado agora do serviço. Estava com cara de cansado. Eu e Bruna subimos, Racchel já dormia. Ela tinha bebido algo, pois tinha um copo no lado da cama.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

capitulo 3 ( parte 5)

-Que você achou dele?-ela perguntou curiosa, enquanto atravessávamos o pátio.
-Ele é mais interessante do que eu pensava.-respondi ainda fascinada.
-É, meu primo é gato mesmo!
-Você acha que rola?-perguntei quando entramos na sala.
-Acho que sim. -disse isso ao sentar na cadeira. Ela olhou para frente e não disse mais nada.
-Eu sei que não é da minha conta -recomecei-, mas pra onde ele está indo?
-Você não irá gostar de ouvir a resposta.- ela fez uma careta.
-Pra casa dela?- só podia ser isso
-É. Ele está indo hoje e só volta no sábado, depois do almoço.
-então eles vem juntos?
-Não, não. A mãe dela não deu permissão. Os pais dela são rigorosos, nunca que iriam deixar ela dormir na casa do namoradinho.
Ela ia dizer mais algo, mas quando percebemos, a sala toda nos olhava, o professor estava esperando por nosso silêncio para continuar a dar a aula. Pela primeira vez eu percebi que Hytallo não tinha vindo hoje, e que era aula de inglês.
Permanecemos em silêncio até o fim da aula dele. Quando a outra professora entrava, eu perguntei de novo:
-Ela é bonita?
-É sim, meu primo sabe escolher bem as mulheres.-ela disse isso sem olhar para mim, parecia que eu a aborrecia agora, mas continuei;
-Como ela é?- perguntei curiosa.
-É um pouco mais alta que eu, e tem um corpo de não colocar defeitos. Ela é uma menina magra, de certa forma, mas que tem curvas no corpo.
-Nossa! Mas ela é legal?
-Sim, sim. Todos lá em casa gostam dela. É uma ótima companhia para se conversar. Os pais dela são ricos, mas ela não tem besteira. É simples.
-Gosta muito dele?
-Acredito que ela seja louca por ele. Todos os dias ela liga, sempre o presenteia com uma cesta cheia de doces, e quando estão juntos, ela faz qualquer programa para agradar a ele, e não deixar o relacionamento cair na rotina. Ela só tem um defeito, ela é muito ciumenta. Já terminaram muitas vezes, mas ele nem ligava, tinha a certeza que ia voltar tudo ao normal.
-Mas ele gosta dela?
-Acredito que sim, se não ele não estaria com ela, não?!-ela deixou bem claro que esse assunto já bastava por hoje.
-Está certo.-disse isso e me calei.
Ela já estava estressada com toda essa conversa. Mas eu precisava saber tudo. Passamos as duas aulas em silêncio, e quando fomos para o intervalo ela foi para outro lado. Hoje Racchel e Bruna estavam na mesma mesa que Lucas e Gaby. Eu fui para lá, quando cheguei Racchel saiu, e Bruna me olhou com uma cara decepcionada. Nem lanchei, fiquei apenas lá, somente para não me verem sozinha, pois quando em sentei ninguém falou comigo por todo o intervalo. Não queria que isso tivesse acontecendo, eu já não me sentia bem, agora que não me sentiria mesmo. Será que eu devia cancelar o programa de sábado? Acho que seria uma solução, já que ninguém queria me ver com ele. Lucas apenas me observava, com uma cara estranha. Gaby ainda sorriu para mim na hora que ia para a sala.

Capitulo 3 (parte 4)

Quinta de manhã! Um belo dia de sol! Eu, Bruna e Racchel fomos a pé para a escola. Dona Carmélia estava com o carro na oficina. Seguimos em silêncio por todo o caminho. Racchel parecia com uma cara melhor, mas não falava comigo mais. Eu fiquei apenas ouvindo meu mp3, roendo com canções românticas.
No portão, Géssica estava sentada numa moto, parecendo esperar alguém. Do seu lado, estava Diego, de óculos e boné. Simplesmente perfeito. Sua blusa era um azul, que ficou lindo na sua pele. Nõa era um azul claro, mas não era escuro, e estava de calça, parecia que ia para algum lugar, pois estava de tênis, dois capacetes, e uma mochila nas costas.
Eu iria passar direto, mas ela tinha que me chamar:
- Ei mocinha, pensa que vai aonde? - ela gritou, e minhas primas me olharam. - Vem cá Baba, quero te apresentar a alguém.
Ela não devia ter feito aquilo. Todos que iam passar pelo portão, me olharam nesse momento, minhas primas me fuzilaram com os olhos e seguiram.
- Você é louca né?- eu disse, morta de vergonha
- Por que? Vem cá, se aproxima. Quero que você conheça meu primo-irmão, Diego.
Ele desceu da moto e veio até a mim, eu fui no mesmo embalo, e segui até ele. Beijinho do lado, beijinho do outro, e o sinal toca, não deu tempo nem de dizer os nomes. Ai, que droga!
- Ai, que hora hein?- ela reclamou
- Ai, que raiva, vamos- eu tinha que ir!
- Tchau, moças- ele disse, quando demos as costas para ele
- Tchau. - dissemos juntas
No momento em que estive com ele, o milésimo de segundo, senti seu cheiro. Era de um suor, mas era um suor bom, aquele de aventureiros. E sua pele era macia. Sua boca era perfeita. Ele era perfeito.

capitulo 3 ( parte 5)

Depois da aula, fiquei um pouco na mesma praça em que tinha ficado no dia anterior, com Hytallo. Continuamos a conversar sobre minha vida. Contei a ele, minha quase morte por Junior ( o grande amor da minha vida), ele se surpreendeu e balançava a cabeça de um modo negativo quando dizia as besteiras que fiz por ele.
- Mas então, me conte sobre sua vida agora.- eu pedi
Ele me contou e fiquei surpresa, ele não era para ser feliz daquele jeito, depois de tudo que ele sofria em casa. O seu tio, o julgava de coisas que não eram verdadeiras, sua mãe também não demonstrava amor e carinho para ele, ele deveria se sentir um lixo, ele deveria ser a pessoa mais depressiva dessa vida, mas não, ele era uma pessoa que era amado por todos, conquistava amizade e confiança de qualquer pessoa, em cinco minutos. Ele apesar de viver assim, era forte, e para mim, passava uma imagem feliz.
Ele me levou até em casa, e voltou um longo caminho sozinho. Insisti para ele entrar, mas não quis. Racchel e Bruna já estavam almoçando. Eu também fui logo.
Depois de um banho, fui na Farmácia colocar créditos, precisava falar com Carina, sentia falta de suas conversas. Já faziam quatro dias, desde a ultimas vez que não nos víamos, e vinte dias que não conversávamos.
Ela não estava em casa, mas sua mãe, Tia Carmem, disse que diria a ela que eu tinha ligado.
Minha tarde não foi como as outras, que eu ficava dormindo, sem pensar em nada. Hoje, eu pensava demais, embaixo daquela árvore.
Eu sempre fui uma menina de se apaixonar muito rápido, na maioria das vezes só pela beleza, pois não tinha a oportunidade de passar disso. Nunca tinha namorado sério, mas tinha ficado com meninos por uma passagem de tempo curta. Me apaixonei algumas vezes, mas só consegui um deles, o Júnior. Esse tinha sido meu maior sofrimento, antes da morte de minha mãe. Ficava com ele, enquanto ele namorava uma menina. Eu sempre tinha ido atrás dele, mas ele nunca se importou comigo, nunca me procurou, sempre eu ia atrás. Quando chegou o momento que eu o esnobei, muito. Não ligava mais, nem o procurava, nesse momento ele veio como um cachorrinho atrás de mim. Mas eu já estava em outra...
Me lembrei disso, e vi que não doeu tanto, foi até mais fácil. Para mim, ainda doia mais pensar em minhas amizades que deixei para trás por causa dele.Não sofri tanto por não ter ficado com ele só para mim, mas porque deixei, e ignorei os conselhos de minhas amigas, e acabei as perdendo.

capitulo 3 ( parte 4)

- Tá na hora! Vamos , acorda!- Bruna me chamava com a cara irritada.
- Que sonho lindo! - eu disse para mim mesma, satisfeita da vida
- O que você disse? - me perguntou Bruna
- Nada prima, só pensando alto- deu para perceber a felicidade em minha voz.
Tinha sido um sonho, mas estava feliz. ele apareceu lá. Há tempos não sonhava, só tinha pesadelos. Nisso descobri que ele era minha felicidade interna, a calmaria do meu coração. Ele seria quem me faria sorrir de novo, ele que me faria esquecer de Junior e quebrar as promessas que tinha feito em relação ao amor. Seria ele que me traria vida novamente! Isso me deixou feliz!
Hytallo não me esperava no portão como ontem. As meninas tinham ficado lá atrás, com outras pessoas, que não eram nem Lucas, nem Gaby. Continuei a seguir, sem a vergonha de andar só pela escola, sabendo que ainda era a fofoca principal. Não sabia se dava para perceber minha felicidade, se sabiam que era por causa de Diego. Mas eu não me importava mais, que soubessem, que fofocassem, eu não ligava mais. Eu agora sim, tinha achado a soluções para um fim de um pesadelo. Era ele a razão para eu sorrir, para eu sonhar mais uma vez. Tudo que mais queria e precisava agora era encontrar Géssica e saber da vida dele, todos os detalhes.
Fui logo na diretoria entregar meu trabalho, que não tinha entregue ontem. De lá fui para a sala, mas Géssica não tinha chegado ainda. Mais uma vez Hytallo estava sentado lá atrás sozinho. Queria saber o que ele tinha, eu precisava saber o que eu tinha feito. Mas antes de pensar duas vezes em ir ou não, ele se levantou e veio em minha direção.
- Oi, Bárbara!- ele falou isso com a cabeça baixa, e vi que ele estava envergonhado.
- Oi- respondi a ele como se nada tivesse acontecido.
- Queria te pedir desculpas por ontem. Mas é que eu não estava bem. Não queria te tratar mal, por isso me afastei.
- Tudo bem, mas aconteceu algo?
- Um probleminha em casa mesmo. Coisa normal. Eu me preocupei mesmo quando você foi embora. Você se sentiu mal? Me senti culpado...
- Foi só uma tontura. Não se sinta culpado. Você não tem nada a ver com isso.- eu o interrompi
- Então, colegas de novo?- ele perguntou estendendo a mão.
- Claro, por que não.- eu disse
Géssica chegou no momento em que ele trazia a carteira para o meu lado.
- Bom dia, mulher! - ela me deu um abraço
- Bom dia! - respondi no mesmo tom de empolgação que tinha na voz dela. Também estava feliz.
- Sim, sua tia deixou? - ela perguntou
- Sim, deixou, mas com uma condição. - Hytallo a olhava com a cara de" você interrompeu nossa conversa"
- Qual?
- Eu tenho que voltar no mesmo dia. - fiz uma careta
- Ai que chato! Eu sabia que ia ter algo desse tipo. Mas tudo bem, eu vou te deixar em casa. Mas diga a ela que começa a noite.
- Tudo bem, eu falo. Ela já deixou, não pode mais mudar.
Nos sentamos, os tres juntos. Eu no meio dos dois. Quando um conversava comigo, o outro se virava. Eu passei a aula 1 e 2 sem copiar nada. Acho que eles não se davam bem, tinham opiniões diferentes.
No intervalo, Hytallo foi carregado pelos amigos. E Géssica ficou comigo.
- Esse seu amigo parece não gostar de mim- disse ela quando ele saiu.
- Não. Ele é tímido no começo. Mas depois que começa a falar, é um tagarela. - falei isso, porque no começo foi assim comigo, não sei se ele seria assim com ela também.
- Géssica, queria falar algo com você.- eu disse, sabia que podia confiar e contar com ela. Eu era um pouco boba para as amizades, e já estava incluindo ela e Hytallo no meu grupinho de amigos.
- Fale,- ela disse e se sentou- desabafe.
- Bom, não é nada demais. Mas eu queria saber quantos anos tem o seu primo. - ela fez uma cara de choque.
- Não me diga que...
- Não, não. É por causa do niver mesmo. - eu a interrompi e menti. Mas tinha que criar coragem para falar a verdade, pois isso não ia adiantar.
- Ele vai fazer 18 anos. Sim, sim- ela se interrompeu- eu tinha me enganado. O aniversário não é no próximo final de semana, é nesse.
- Tá bom. - precisava puxar assunto de novo, mas não sabia como.
- Fala logo, você se interessou nele, não foi? Eu já saquei tudo!- ela me olhava esperando uma resposta, então eu falei de uma vez.
- Sim, foi isso amiga! Acho que sim. Até ontem a tarde tava tudo bem, não tinha nada, queria saber da vida dele por curiosidade, por quê que todas as meninas daqui eram apaixonada por ele, mas tive um sonho ontem, e soube que ele seria quem me tiraria dessa deprê que costumo ter. Sei lá!
- Nossa, como você é superticiosa! Acha mesmo que um sonho iria te guiar? - ela perguntou. ela não pareceu muito contente com isso, como eu esperava que ficasse.
- Eu acredito sim. Fazem dois meses que não sonho, e tenho um sonho mágico, isso significa que reencontrei minha paz.
- Tudo bem, você diz.
- Sim, o que ele gosta de fazer?
- Ele ama andar de cavalo, sempre que vai ao sítio, ele anda no cavalo que já é dele.
- É um perfeito príncipe. - disse baixo e ela pareceu não ouvir.
- Baba, é o seguinte: você sabe o mal que ele fez a sua prima. Meu primo é a melhor pessoa do mundo, mas ele nasceu para ficar só. Além disso, ele tem namorada, sabia?
- Tinha me esquecido disso. Mas não tenho ciúmes não. - eu disse na defesa, brincando.
- Só não crie tantas ilusões em respeito a ele, está bem? Não quero ver isso. Não com você!
Tudo bem, eu não me apegar total. Só queria conhecê-lo de uma melhor maneira.
- Tá bom, no dia do aniversário, vocês terão essa chance. Eu vou te apresentar a ele. Satisfeita?
- Ai Géssica! Valeu mesmo, por trazer minha vida de novo para mim.- eu disse e a abracei.
Géssica me contou um pouco mais sobre ele. Ele era alguém muito farrista. Adorava uma festa, sair e beber com os amigos. Ele parecia ser alguém bem divertido, pelo que me disse Géssica.
Suas músicas eram o forró. Depois de tudo que ela me disse, me deu mais vontade de conhecê-lo. Éramos diferentes, mas como dizem por aí: " os opostos se atraem".

capitulo 3 ( parte 3)

- Quer dançar?- Diego me perguntou, já me puxando para si. Sua pele estava quente como fogo.
- Claro- eu respondi, com um sorriso nos lábios.
Todos pararam para nos observar. Uma música romântica tocou, parecia de propósito. Será que ele tinha mandado? Não parávamos de nos olhar. Um olhar de desejo, de amor. então todos começaram a dançar também.
- Por que demorou tanto para vir até a mim? - eu perguntei
- Tinha medo. Você é tão diferente das outras, que fiquei com medo.- ele respondeu no meu ouvido, baixo.
- No começo não gostava mesmo de você.Mas notei você bem , e vi que era o ideal para mim. Meu príncipe!
Ele parece ter gostado de ouvir isso e me beijou. Foi um beijo intenso e apaixonado. Não conseguia sentir o gosto, mas o eu via como num filme. Aquilo era tudo tão surreal, mas parecia um sonho. Dançamos por todo o salão, sem parar de se beijar. Paramos perto de uma piscina, a mesma do clube. Estávamos sós. Eu, ele e as estrelas no céu. Parecia um plano de Deus para mim, para eu ficar feliz de novo. Fechei os olhos por um momento e vi minha mãe ali, sorrindo para mim. Nos viramos para o lado sul do céu. A lua estava cheia, e linda. Nunca havia visto ela assim, tão perfeita, tão grande! Nossos olhos se encontraram e nossos lábios se encostaram novamente...

Capitulo 3( parte 2)

Quando entrei fiquei na cozinha, conversando com tia Flórida. Ficamos falando sobre os velhos tempos. Ao falar de minha mãe, comecei a sentir as lágrimas se formando em meus olhos. Tia Flórida pareceu perceber e mudou o assunto. Não almocei, achei que esses três dias aqui já tava me deixando mais gordinha. Nunca me dei bem com meu corpo. Nos últimos três, dois meses, principalmente.
De lá, subi para o quarto e Racchel estava ouvindo som, e fui para um banho.
Desci novamente, para cumprir a promessa que tinha feito a Géssica, de falar com a Tia para ir para o aniversário.
- Tia? Queria te pedir uma coisa.
- Peça, minha flor.
- Assim tia, a Géssica, aquela minha amiga que estava aqui, da minha escola, ela me chamou para um aniversário que vai ter na casa dela, no próximo final de semana. Aí,. prometi a ela, dar a resposta amanhã. A senhora deixaria. Ela disse que eu poderia dormir na casa dela, e disse que as meninas também poderiam ir.
- Não, não. Você vai, as meninas não!Não quero nenhuma delas indo para lá.
- Tá tia, então, posso confirmar minha presença?
- Pode, mas com uma condição.
- Qual? - eu já fazia idéia do que era.
- Você vai e volta no mesmo dia.
- Tudo bem, tia.
- eu confio em você, mas não naquele rapaz.- ela deixou isso bem claro.
- Tudo bem
Racchel desceu. Seus olhos estavam inchados. Sentou-se na mesa e comeu com pressa. O namorado dela estava esperando lá fora. Pelo visto não iríamos ficar nesse clima por um tempo...

capitulo 3 ( parte 1)

- Que coisa mais linda! Parece uma criança dormindo. - alguém disse, e percebi que era comigo.
Ao abrir os olhos, percebo que era mesmo comigo, era Géssica.
- Acorda menina! - disse ela rindo
- Ah! Oi Géssica! - falei isso e despertei da cama. Levantei com tanta rapidez que fiquei meio tonta. Fui abrir a janela, que alguém tinha fechado. - Faz tempo que você está aqui?
- sim, sim. Minha mãe já ligou preocupada.- ela riu ao dizer isso.
Me senti na obrigação de olhar a hora, e vi que não tinha dormido nem 1 hora.
- Sua mentirosa!- bati nela com o travesseiro, e rimos juntas.
- Ora, eu vim da minha casa pra cá, a pé. Ao chegar me falam que você estava dormindo. Eu não ia dar viagem perdida, tinha que vir te acordar. Além do mais, passei uma boa parte da minha noite procurando o cd que te prometi. - ela pegou um cd debaixo da blusa, e me entregou.
- Está aqui. Eu fiz uma cópia pra você.
Fui para o som e coloquei o cd baixinho.
- Aumenta um pouco. Que graça tem ouvir som baixo?- ela se levantou e aumentou mais um pouco. - Pronto, deixa nesse volume.
Eu me sentei na cama. Não conhecia aquela música, mas balançava a cabeça de acordo com o toque. Já a segunda, era minha conhecida Perfect, de Simple Plan. Cantei ela toda. Eu não era boa cantora, mas sabia que Géssica era pior que eu! Foi bem engraçado. Ficamos assim durante outras músicas conhecidas, e dançamos também, ainda bem que ninguém apareceu lá!
Ficamos assim por um bom tempo, até acabar o cd. Quando acabou, coloquei um cd de músicas internacional. Não sabíamos, e começamos a conversar.
- Mas e aí, por que você saiu cedo hoje da escola?- ela me perguntou
- Bom, não tava me sentindo bem.
- Que era? Foi a chuva ontem?
- Não, não. ontem peguei um resfriado, mas amanheci melhor. Só não me sentia bem na sala, afinal estava sozinha.
- Teu problema era esse?- ela riu
- Eu estava com forte dor de cabeça – menti.
- Certo.
- Já ficou com alguém daqui da cidade, já?- ela perguntou, esperava que ela não soubesse dos rumores que estavam rolando sobre minha suposta paixão pelo primo dela.
- Não, não. Não achei ninguém do meu interesse aqui. - não tinha certeza se era verdade ou não.
- É, você ainda não teve a oportunidade. Lá no clube, não tinha ninguém mesmo, nem um gatinho. Os gatos aparecem aqui no ultimo final de semana do mês. Ah! Tem festa agora nesse final de semana, no outro- ela pareceu falar mais consigo mesma do que comigo- vai ser bem legal. Aniversário do meu primo, ele vai chamar todos os amigos dele que não são daqui. Tem cada coisa linda! Você devia ir. É na minha casa. Poderíamos chamar as suas primas também, vocês dormiam lá em casa.
- Mas eu nem conheço seu primo! O aniversário é dele, e VOCÊ me convida!
- Colega, saiba de uma coisa. Meu primo é o menino mais cobiçado dessa cidade. Todas as meninas querem ele. Ele já ficou com 99% das meninas daqui, já. Essa semana, sem mentira alguma, mais de dez meninas se ofereceram para ir para minha casa, pro niver dele. Eu te convido, e você ainda faz banca! Devia fazer isso na frente das outras garotas dessa cidade, elas te batiam.
Eu ri com essa.
- Então seu primo é o famoso Diego?- perguntei, na maior inocência.
- É sim.
- Eu não sei. Teria que falar com a tia primeiro. Pois ela não dá muito valor a ele. Minha prima sofreu demais por causa dele.
- É, eu sei. A Racchel né?
- É. Mas vou falar com a tia mesmo assim.
Eu ia perguntar sobre o que tinha rolado entre eles, mas o telefone dela tocou.
- Falando nele! Oi?- ela começou a falar no telefone, enquanto isso fui na cozinha, beber água. Estava com muita sede. Tia Flórida preparava o almoço, e Bruna assistia tv.
- Então seu primo é o famoso Diego?- perguntei, na maior inocência.
- É sim.
- Eu não sei. Teria que falar com a tia primeiro. Pois ela não dá muito valor a ele. Minha prima sofreu demais por causa dele.
- É, eu sei. A Racchel né?
- É. Mas vou falar com a tia mesmo assim.
Eu ia perguntar sobre o que tinha rolado entre eles, mas o telefone dela tocou.
- Falando nele! Oi?- ela começou a falar no telefone, enquanto isso fui na cozinha, beber água. Estava com muita sede. Tia Flórida preparava o almoço, e Bruna assistia tv.

- Ei, tenho que ir. - dizia Géssica enquanto eu subia as escadas, e ela descia.- Meu primo está lá fora me esperando.
- Vou te deixar na porta.
Quando abri, ele estava na varanda, sem camisa, sentado no batente da casa. Todo suado, aposto que estava caminhando. Ele nos olhou de repente quando saímos, e ficou de pé.
- Vamos ?- ele falou com ela, e depois olhou para mim, e sorriu. Não dava pra resistir aquele sorriso! Era perfeito!
- Tchau, até amanhã. - ela falou enquanto eu olhava pra ele. - Pensa na minha proposta.
- Tá , tchau.
Eles se viraram e saíram.
- Vamos correndo? - ele falava com ela, rindo. Um sorriso encantador.
- Você está louco? - ela dizia.
Só entrei quando não dava mais para vê-los.

capitulo 2 ( parte 12)

Na minha caminhada para casa, me sentei numa pracinha que tinha ali perto. Havia tempo que não ficava só, isso não era bom para mim, segundo minha psicóloga. Eu nunca precisei de uma, mas minha madrinha me forçou a ir depois da morte de minha mãe. Foi um curto período de luto, 1 mês, mas foi nesse curto período que não me alimentei, e não liguei para minha vida. Se eu estava aqui viva, com pouca, mas com saúde, era graças a Carina. Ela tinha me tirado do poço. Agora eu estava sem ela, e parecia que aquele buraco queria me levar de novo para lá. Mas eu não podia fazer isso, tinha prometido a ela que ainda nos encontraríamos outra vez, e sou do tipo que não gosto de quebrar promessas. Olhei para minha pulseira, que não largava mais de meu pulso, e a apertei, para encontrar forças para viver mais um dia. Meu telefone começou a tocar, quem seria?
- Por que você foi embora? - disse a pessoa antes que eu dissesse alô. Logo percebi que a voz era de Hytallo
- Eu não me senti bem - respondi, e senti, pela minha voz que estava chorando.
- O que aconteceu? Você está aonde?
- Não foi nada. Eu já estou chegando em casa.- menti, não queria que alguém me visse naquele estado.
- Se você não quer me dizer, tudo bem. Mas não minta para mim.- ele falou isso e desligou
Desliguei o celular, não queria que ele me ligasse de novo. Fui para casa, não tinha ninguém lá. Ainda bem que sabia onde ficava a chave. Ao chegar, fui para o quarto e peguei meu diário. Comecei a relar as páginas de meu sofrimento, aquilo era bom para mim. Ver meu sofrimento. Ali eu chorava de uma vez, e melhorava.
Me levantei assustada ao ver a porta aberta, não tinha deixado assim. Fui lá embaixo ver quem tinha chegado, era tio Enário, que estava de saída. Ele não me viu, para meu bem. Me troquei e fui para a varanda, esperar tia Flórida e as meninas, que com certeza tinham ido ao hospital. Lá, não passava nada, nem ninguém, voltei para o quarto e peguei de novo a caixa de fotos, peguei de novo aquela foto. Ele realmente era lindo, tive que me conformar. Eu precisava saber mais dele, por quê minha tia não nos queria olhando para ele, o que ele tinha feito a Racchel.
- O que você tanto olha para essa foto?- me assustei e fiquei parada, sem olhar para trás. Ela tinha me pegado vendo a foto, agora suas suspeitas seriam confirmadas.
- Oi Racchel! Você não viu uma receita médica que tinha aqui não?
- Não, não vi, mas tenho certeza que não é essa foto que você segura na mão.- ela falou bem irônica
- Ah, desculpas por ter pegado a foto do seu amor, mas é que procurava um papel e vi essa foto.
- Meu amor? Seu amor, lindinha! - ela era muito mesquinha!
- Por que isso te incomoda tanto? Me explica. Você ainda gosta dele? - perguntei furiosa
Ela deu uma risada alta. Se alguém estivesse aqui, teria escutado.
- Você me mata de rir, sabia?- disse ela num tom irônico
- Então por que, por que você insiste nisso o tempo todo? Eu não quero ele! Pode ficar com ele todinho para você! - gritei com ela
- Quer saber? Faça o que você quiser! A vida é sua. Mas saiba, quando você tentar se matar por causa dele, ou até mesmo chegar a morrer por ele, eu serei a primeira a te dar as costas, e te enterrar! - ela disse isso e saiu, e Bruna entrou, nos olhando sem entender nada.
- O que houve aqui? - perguntou ela
- Racchel me viu com a foto de Diego na mão e surtou! Ela é louca!
- O que você fazia com a foto dele? - ela me perguntou desconfiada
- AH! Até você? Eu apenas procurava um papel e vi a foto. Fiquei curiosa, e ela chegou na hora que eu a peguei.- ela ficou a observar os fatos enquanto eu falava.
Antes que eu perguntasse, ele disse:
- Ela não gosta mais dele. É que ela sofreu tanto, e não quer ver ninguém que ela ama passar pela mesma coisa e mesma pessoa.- enquanto falava isso, parecia que um filme passava em sua cabeça.
- Mas é ela que iniciou toda essa história- eu tentei me defender.
- tudo bem, já passou.
Nisso ela encerrou o assunto.
- Ei, mas por que você chegou tão cedo? - ela perguntou enquanto ia tomava banho?
- Porque eu não estava me sentindo bem.
- Mas está melhor? - ela perguntou preocupada.
- Sim, sim. E você?
- Estou. Fomos pedir ao médico, uma receita para melhorar a febre e a alergia.
- Ah, está bem então.
- Não ligue para Racchel tá? Ela vai ficar bem! - ela disse ao sair do banho.
- Certo.
Eu me deitei um pouco, para ver se aquele pensamento saia da minha cabeça.

capitulo 2 ( parte 11)

Quando cheguei, as luzes da varanda já estavam acesas, e o tempo estava escuro. Tia Flórida estava na sala vendo tv quando bati na porta.
- Minha linda, já estava preocupada com você! Meu Deus! Você está toda ensopada. Vamos, pegue esta toalha aí e entre, antes que fique resfriada.
Eu entrei com meus lábios tremendo, então tirei meu mp3 e meu trabalho logo do bolso. Ainda bem que a chuva também não os molhou. Os deixei em cima do sofá e fui para o quarto. Quando entrei, as meninas estavam deitadas e enroladas. Elas dormiam cedo assim?
- Prima? - me chamou Bruna, com a voz fraquinha
- Oi prima, cheguei agora. O que você tem? Está com a voz tão fraca.
- É que eu e Racchel temos alergia ao frio. Tomamos banho tarde e ficamos assim por conta do tempo gélido.
- Hum, acho que vou pegar um resfriado, vou logo tomar meu banho, volto já. - eu disse, já entrando no banheiro.
Quando saí Bruna não estava mais na cama, mas Racchel estava dormindo. Desci as escadas enrolada de um lençol grosso e espirrando. É, tinha pegado um resfriado.
- Vai querer comer o que Bárbara? - me perguntou tio Enário.
- Nada não tio, estou aqui cansada, vou já dormir.
- Deu certo fazer seu trabalho?- me perguntou Bruna.
- Sim, peguei as anotações necessárias e farei meu resumo. Vou logo começar, enquanto é cedo.
Peguei meu mp3 e meu papel com anotações e fui para a sala. Comecei a fazer meu resumo. Ao terminar fui dormir.
Essa noite foi tranquila. Consegui dormir por toda a noite, mas ainda com o garoto bobo em meus sonhos.
Na manhã seguinte, as meninas acordaram com febre e não foram para a aula. Eu amanheci só com uma tosse, mas fui para a aula. Hytallo estava no portão, e entrou comigo.
- Fez o trabalho?- perguntei a ele, ele tava estranho hoje.
- Fiz - ele respondeu e não falou mais nada. Será que eu tinha falado algo de errado?
Ele entrou na sala e sentou-se lá atrás. Também não perguntei nada. Géssica tinha colocado as coisas dela ao meu lado, mas não estava lá. Me sentei e não saí de lá. Percebi que Hytallo não parava de olhar para mim. Mas não vinha sentar aqui. Deu o primeiro toque e Géssica não apareceu. A professora entrou e fechou a porta. Ela só poderia entrar agora depois da primeira aula. Prestei atenção na aula. Foi legal, mas muito estranha. O dia não estava normal. O menino que eu pensava que tornaria meu amigo, mal falou comigo hoje, minhas primas amanheceram doentes, e minha colega Géssica na qual eu queria falar hoje não tava aqui. O que estava havendo? Era impressão minha? Calma Bárbara!, eu disse para mim mesma.
Ao tocar para o intervalo andei só pela escola. Fingi passar mal, aquilo era tortura para mim.

capitulo 2 ( parte 9)

Tentei ser mais rápida possível. Não queria chegar à noite em casa. O tempo tava escuro e isso me preocupou, mas não ia demorar. Ao chegar na Lan house, a menina que estava perto de mim no clube, a qual eu não sabia o nome, estava lá. O computador vago estava ao seu lado, e eu fui até lá. Ela não pareceu notar minha chegada. Então falei com ela.
- Oi ? - eu disse, meio insegura em falar.
- Ah, oi Baba, tudo bom? - ela me chamou de Baba, e só quem costumava me chamar assim era Carina. Senti uma dor ao lembrar de minha amiga, da nossa despedida.
- Ah, oi, tudo sim e você?- respondi ao perceber que tinha parado no tempo.
- Estou bem...
- Géssica, seu tempo acabou. Vai colocar mais tempo? - rapaz falou com ela, então esse era seu nome, Géssica.
- Sim, sim. Ainda não terminei aqui.- ela respondeu, sem tirar os olhos da tela e do caderno.
Foi então que percebi que ela também estava colando o resumo da internet. Que povo mais mafioso!
- Nossa! Os trabalhos sairão todos iguais pelo visto.
- Também né fofa! Quem estava assistindo aquele filme? - ela falou sem olhar para mim.
Notei que ela era diferente quando não estava arrumada. Ela era branca, mais que eu, e baixinha, e tinha um estilo diferente das meninas se vestirem. Ela tinha o estilo roquinho.
Comecei a fazer o trabalho. Quando ela me dá um susto:
- Terminei, aleluia! Trabalho feito.- então ela se levantou e entregou o dinheiro ao rapaz responsável pela Lan House, e voltou para onde estava, puxando a cadeira para perto de mim.
Ela me olhou e viu meu caderno.
- Que rabiscados são esses? Cadê seu trabalho?- perguntou ela ao ver minhas anotações.
- Anoto apenas o necessário e faço meu resumo. Não quero que o professor tenha que ler 16 trabalhos iguais né?
- Espertinha!
- Estou quase terminando- eu disse a ela, que parecia estar a minha espera.
Quando começa um ventinho gelado, e vejo que lá fora começa a chover.
- Chuva?! Nossa!- ela se empolgou com isso.
- Ah, que ótimo, como vou pra casa agora?- perguntei para mim mesma.
- Vamos comigo. Vou ligar para meu primo vir me buscar, sua rua é uma antes da minha, ele não se incomodará em parar na sua casa.
- Mas estou de bicicleta!
- Ai que péssimo!
- Pronto, chegar em casa é só passar a limpo. - falei para mim mesma.
Enquanto ela ligava para seu primo, eu fui entregar o dinheiro ao rapaz. A chuva não diminuía, mas também não engrossava. Sabia que iria voltar para casa toda molhada; que a chuva não iria parar tão cedo. Mas fiquei com Géssica, na espera de seu primo. Fomos para a porta da lan house, lá tinha uma cobertura.
- O que você está ouvindo no seu mp3 agora?- ela me perguntou ao ver ele no meu bolso
- Simple Plan.
- Boa pedida. Você gosta de rock?
- Gosto de músicas com toques românticos, como as novas da banda.
- Eu também! Tenho um cd lá em casa que as músicas são todas assim, nesse estilo. Se quiser, amanhã posso levar para a escola e te emprestar.
- Claro, seria bom. Faz tempo que preciso me lamentar um pouco, sofrer um pouco com letras românticas.
- Quer dizer que você é masoquista em relação ao amor?
- Não que eu queira. Não tenho culpa do destino me colocar em situações de sofrimento.
Ela riu ao eu dizer isso.
- Você já sofreu por amor?- ela me perguntou
Houve uma pausa para minha resposta, ela ficou na espera.
- Sim, uma vez. Mas uma única vez que bastou, foi suficiente. - eu falei me encolhendo ao dizer isso, não gostava de lembrar daquele tempo.
Um carro que vinha acelerado na rua, parou em frente a Lan house. Eu conhecia aquele carro, eu conhecia o motorista do carro. Diego desceu do carro correndo, e entrou direto na lan house, fugindo da chuva.
- Tahuan tá aqui? - ele perguntou ao homem que tava responsável da lan house. eu não consegui deixar de observá-lo, ele ficava mais bonito com blusas de manga comprida.
- Não, ele saiu, só está aqui mais tarde.- o homem respondeu.
Ele chegou na porta e disse:
- Vamos mocinha? - ele perguntou, ainda fiquei em duvidas se era comigo ou com Géssica, mas não respondi.
- Vamos. Tchau Baba, até amanhã.- ela disse e correu para o carro.
- Tchau- respondi incrédula, ele era o primo dela?
Coloquei meu papel de anotações dentro de meu bolso, junto com o mp3. E saí.

capitulo 2 ( parte 8)

Após o almoço ajudei as meninas a fazerem uma faxina no quarto. Ganhei um canto no guarda-roupa delas. Ao terminarmos, eu e Bruna fomos para o jardim, ficar embaixo da árvore, onde Lucas e Gaby nos esperava. Ficamos um bom tempo falando bobagens. Mas o momento de animação parou quando Lucas falou:
- Você é a nova fofoca da escola! Ninguém acredita como alguém conseguiu chamar a atenção do Diego por tanto tempo. Como você conseguiu?
- Nossa! De novo essa história! Eu estou cansada já! Não entendo por que vocês colocam esse menino num posto tão alto aqui. Deviam dar uma volta fora dessa cidade...
Meu celular tocou, não conhecia aquele número.
- Alô?
- Oi Bárbara! É O Hytallo.
- Ah, oi! - como ele tinha conseguido meu numero?
- Bárbara você sabe me dizer qual o nome do filme que foi passado hoje na aula?
- Como eu saberia, dormi durante o filme todo! Você não assistiu?
- Que nada! Dormi também. Mas então como vamos fazer o relatório? Precisa saber o nome do filme.
- Que relatório?- perguntei surpresa, não queria que a tia recebesse reclamação minha por não fazer atividades, no segundo dia de aula.
- Ele mandou fazer um relatório para ser entregue amanhã de manhã.
- Droga! E agora?
- Não sei! Mas deixa, vou atrás de ligar pra alguém e saber o nome.
- Mas do que adianta agora? Como você vai fazer relatório sem saber nada do filme?
- Dãã! Eu tiro o resumo da internet!
- Boa idéia! Então vou aqui, se descobrir eu te ligo.
- Esta bem, tchau!
- Tchau
Saí correndo para o quarto,será que eu teria anotado algo no caderno?
Ao abrir na matéria tinha escrito o nome do filme: 300 de esparta. Mas aquela letra não era minha, de quem era? Será de Hytallo? Redisquei a ultima chamada de meu celular.
- Oi Hytallo, é Bárbara!- falei assim que ele atendeu
- Ainda não liguei pra ninguém, tem paciência!- ele falou, meio perturbado
- Não, não. É porque anotaram no meu caderno o nome do filme, e queria saber se não foi você.
- Eu? Se tivesse sido, eu teria anotado no meu e não teria te ligado ne?- ele riu ao falar isso
- Então tá. Tchau.
- Ei, espera! Não vai me dizer nem o nome do filme?
- Ah, desculpas! É 300 de esparta.
- Tá, então agora sim, tchau!
- Tchau
Fui para a caixinha onde coloquei dinheiro, e fotos, assim como as meninas colocavam. Ao procurar dinheiro, eu encontrei uma foto que me chamou atenção. Ela estava cortada e amassada. Era de Diego. Isso significava que Racchel ainda guardava coisas dele. Isso devia ser triste. Me deu vontade de pegar aquela foto e queimá-la no fogo, mas sabia que Racchel sentiria falta dela. Ou então pegaria e guardaria para mim. Ele estava tão lindo nela! Eu tirei a foto da caixa. Mas espera, espera! O quê que eu estava fazendo? Pra que eu iria querer aquela foto? Eu a coloquei na caixa de novo e peguei o dinheiro que tava no fundo da mesma, e saí.
- Onde você vai nessa carreira? - me perguntou Racchel enquanto eu descia as escadas.
- Vou na LanHouse fazer um trabalho. Onde está tio e tia?
- Mamãe tá na casa de tia Carmelia, e papai está no trabalho.
- Avisa a eles que fui fazer um trabalho, voltarei o mais rápido possível, está bem?
- Tá OK!
- Posso pegar sua bicicleta?
- Sim, claro, está na varanda
- Obrigada.
Ao sair disse o mesmo para Bruna, ela se ofereceu para ir comigo, mas dispensei sua companhia.

capitulo 2 ( parte 7)

- E aí, como foi seu primeiro dia de aula? - perguntou tia Flórida assim que entrei no carro.
- Foi legal, as pessoas aqui são bem simpáticas - fui sincera a dizer isso, todos falaram comigo.
- Fez algum amigo?
- Bom, conheci um menino que ficou todo o momento comigo. Conversamos bastante e acho que nos daremos muito bem.
- Como é o nome dele?- me perguntou Bruna
- Hytallo
- Ah, Hytallo é uma boa pessoa. Se dá bem com todo mundo. Não tem quem não goste dele na escola.- concordou Bruna.
- Que bom que você gostou- disse tia Flórida comigo.
Depois de um pausa, tia Flórida perguntou:
- E o clube, o que achou? - não queria que ela tivesse feito essa pergunta, com certeza Racchel iria comentar sobre Diego, isso eu não queria falar.
- Foi bem legal- respondi de imediato.
- Mamãe- Racchel começou- a Bárbara não teve uma boa noite de sono, ela é sonâmbula!
- Foi porque tive um dia longo, foi só isso.- falei isso na intenção de encerrar qualquer conversa que estava prestes a começar.

capitulo 2 ( parte 6)

A madrinha das meninas, Dona Carmélia sempre dava caronas para elas. O caminho era longo a pé, mas era rápido de carro. A escola era grande, bonita. Parecia ser reservada por muito tempo. Quando chegamos, reconheci logo Lucas e Gabriela. Eles vieram ao nosso encontro com abraços. Parecia que não nos via a um século! Acompanhado deles, veio outro rapaz, que não lembro de ter visto no clube. Ele aparentava ser tímido, e não parava de me observar.
- Bom dia , minhas rosas!- falou Lucas
- Bom dia! - dissemos juntas
- Vamos?- Gaby me puxou nos braços, enquanto os outros seguiam pela frente
Nossa sala era uma das primeiras. Mas me fizeram andar por toda escola, me mostrando cada detalhe, onde ficava tudo. O menino que me olhava tanto lá fora, que eu não sabia o nome sentou ao meu lado. Eu tinha ficado numa sala diferente das meninas.
- Oi? Bom dia? - disse a ele
- Bom dia. Oi, meu nome é Hytallo. Desculpa não ter falado com você, mas é porquê ...
- Não, tudo bem- eu o interrompi, ao perceber que ele ficou me desesperado por uma resposta.
- Como é seu nome mesmo?
- Bárbara- respondi.
- Ah, prazer!- disse ele sorrindo agora.
A professora chegou, com uma cara de ser meio rabugenta!
- Bom dia tia!- disse Hytallo, num tom brincalhão
- Bom dia! oh, você é a garota nova na escola. Qual é seu nome? - perguntou ela, olhando para mim
- Bárbara
- Como? Vem aqui na frente, se apresente a turma
E lá ia eu. Com vergonha me apresentei. Fui recepcionada com cochichos e "fiu-fiu".
- Você não precisava ter feito aquilo, se não quisesse- disse Hytallo, ao me sentar.
- Por que não?
- Por que todos já sabem seu nome. Você é a fofoca de hoje!
- Ah, cidade pequena!
- Ora, quem manda você ir a noite para o clube em que todos os adolescentes daqui frequentam,e ainda encarar Diego Castro? Não era pra menos!
- Que? Então estou sendo comentada por isso? E não por ser nova aqui?
- É!
- Meu Deus! Que povinho mais besta daqui hein! Vou te contar!
Hytallo deu um risada. Pelo resto da aula ficamos conversando. Ele era divertido, era um um dos poucos que percebi ser realmente legal, não era simpático por obrigação. Sabia que depois dali, nos tornaríamos grandes amigos.
- Mas então, por que você se mudou pra cá? Pro interior?- perguntou Hytallo assim que tocou o intervalo.
- Bom, minha mãe faleceu há dois meses atrás, morávamos sós. Eu estava na guarda de minha madrinha, mas ele está com a depressão. Então, minha tia disse que ficava com minha guarda.
- Sinto muito por sua mãe.- disse ele com um tom sincero em sua voz
- Obrigada.
Seguimos até a cantina conversando. Ele era uma boa companhia naquele momento. Passamos o intervalo todo conversando, contei quase toda a minha vida para ele. Hytallo era um bom ouvinte, e parecia ser sincero no que falava.
Nas duas últimas aulas, o professor de história passou um filme pra gente. Não vi nem o título do filme, caí no sono. Só acordei quando acabou. Estava precisando recuperar a noite perdida.

Capítulo 2 (parte 5)

Ele não parava de me olhar. Fixava esse olhar com um sorriso malicioso. Queria entender por que ele não vinha falar comigo, já que estávamos só nós. Eu devia dar o primeiro passo? " Se você for, vai se arrepender!" dizia Racchel, mas eu não dei ouvidos. Precisava falar com ele. Mas parecia que algo me puxava de volta, não conseguia ir. Me desesperei, fui com mais força, mas não voltava. Todos na piscina falavam " ela está louca, ela está louca" , " segura com mais força!". senti uma tremedeira, um sacudido em meu corpo. O que era aquilo? Ele partiu. Algo gelado interrompeu o momento.
- Prima, você está bem? - perguntou Bruna, desesperada
- Cadê eles? Cadê ELE? - como ele fugiu tão rápido de mim? Estava tão perto. Mas por que Racchel e Bruna estavam com olhos arregalados e um balde de água quase em cima de mim?
- Calma mocinha, foi só um sonho! - falava e ria, Racchel
Mas era tão real, o sorriso dele.
- Toma água. Pensei que você estava tendo convulsão. Você é sonâmbula? - perguntou Bruna
- Não, quer dizer, só quando tenho um dia agitado.
- Você quase nos mata do coração!- disse Bruna
- Mas passou, vamos dormir agora, que eu estou cansada, e daqui a pouco temos que nos levantarmos. - Racchel já estava deitada ao dizer isso
- Você está bem? - perguntou-me Bruna
- Sim, sim. Vamos dormir
Pelo resto da noite não dormi mais. Por que ele estava no meus sonhos? E agora no pensamento? Essa indagação foi por toda a noite.
- Vamos, são cinco e meia já! - me chamou Bruna, sem saber que eu já estava acordada.
- Estou acordada já! - disse
- Vamos Racchel!

Quando estávamos prontas, tio e tia não estavam acordados. Fomos fazer o nosso café.
- Estou com uma dor de cabeça danada!- reclamava Racchel
- Também, não é para menos.- disse Bruna
- Cala a boca menina, vai comer! - e deu língua para ela

Capítulo 2 (parte 4)

- Nossa! Hoje foi muito divertido! - disse Racchel, enquanto enxugava os cabelos.
- Se não fosse aquele seu papelão de vomitar todo o banheiro, aposto que teria sido bem melhor- Bruna falou num tom de carão.
- Ah, esquece! Não quero que mamãe saiba, ouviu?
- Tudo bem!
Racchel olhou para mim, e se olhou no espelho de novo.
- Eita, que rolou um climão entre duas pessoas ali né Bruna? - disse racchel, percebi que foi uma indireta para mim, mas fingi não perceber isso.
Depois de uma pausa,ela me perguntou:
- Bárbara, pensei ter ouvido você dizer que não tinha visto interesse no Diego.
- Eu não vejo mesmo.
- E o que foi aquela troca de olhar entre vocês dois? Todos perceberam!
- Não foi nada.
- Cuidado, ele não é para seu bico!
- Não entendo por que você se incomoda tanto. Você gosta dele por acaso?
- NÃO! - ela gritou
- Então por que está só me enchendo o saco com isso direto?
- Só estou mostrando a real para você, só isso.- ela parecia tá arrependida
- Tudo bem, mas vamos parar por aqui,está bem?
- Ok!

capitulo 2 ( parte 3)

- Ei, tua prima está passando mal no banheiro, a Racchel. A Bruna foi com ela, e pediu para te chamar. - disse Lucas, foi o momento em que saí correndo e acabou o jogo dele.
Chegando no banheiro as meninas não estavam mais lá. Mas uma menina me disse que ela tava na cantina bebendo água. Fui lá.
- Está se sentindo melhor? - Bruna parecia desesperada
- Estou, foi só um enjoo, mas to bem agora. - Racchel parecia mesmo bem melhor. No momento em que ela disse isso percebi que ela deu um olhar vingativo para mim.
- O Rodolfo está lá fora, ele quer falar com você.- disse a loira que me disse que ela estava na cantina.
- Está? Vamos, já estou bem.
Assim fomos. Quando chegamos fora, todos estavam sendo jogados na piscina.
- Não acredito! Sempre é assim?- perguntei com terror nos olhos
- É, na maioria das vezes. É a diversão da noite- disse Bruna, ainda preocupada com a irmã ainda
- Você sabia e não me disse?
- Ah, que graça teria, você não iria querer vir.
- Nossa! - nesse tempo vi Lucas sendo jogado na piscina.
Então seguidas jogadas aconteceram, mas nenhum veio em nossa direção, ainda bem! Diego já estava lá, ensopado, se divertindo.
- Agora vai pegar a Bruna e a Bárbara, está faltando elas. - gritou Racchel com Tahuan e Diego.
Foi o que aconteceu. Tahuan me pegou e Diego foi buscar Bruna. Quando fomos lançadas, Tahuan foi logo indo atrás de Bruna, e começaram a se beijar. Eu e Diego nos olhamos, sem saber o que fazer. Ele nadou em outra direção.

Capítulo 2 (parte 1)

À noite, nós fomos ao clube. Muito lotado, parecia mais um show. As meninas se vestiam muito arrumadinhas. Pareciam ser do tipo, patricinhas de cidade pequena. Elas me olhavam, com um olhar nada legal, e percebi que falavam de mim. Eu estava vestida como se deveria. Com um vestidinho balonê e saltinho. As meninas também estavam de vestido. A maioria. Alguns jovens estavam na piscina, e bebendo. Eles aqui bebiam muito, e a maioria eram de minha idade.
- Anda aqui Bárbara, vou te apresentar nossos amigos- me puxou Racchel
Fui apresentada a várias pessoas. Conversei muito com um tal de Lucas, um rapaz da nossa idade, bem simpático. Perguntou de toda a minha vida. Teve outra lá, Gabriela, muito simpática também. Em um momento, percebi que as meninas não estavam mais do meu lado. Me preocupei um pouco, onde elas estariam?
- Sabe onde anda Racchel e Bruna? - perguntei a uma menina que estava ao meu lado, cujo eu não sabia o nome.
- Elas foram atrás de mais bebida.
- Elas bebem?- perguntei surpersa, as meninas não me disseram esse detalhe
- Bebem sim, você não?
- Não, nunca provei.
- Pois hoje você prova.- ela parecia divertida.

Então lá vinha elas. Racchel estava com um ânimo fora do normal. Já estava bêbada?
- A Racchel tá bem? - perguntei a Bruna
- Ela bebeu um pouco, tá brigada com o amor dela.
- Toma cuidado com ela.
- Eu sei, ela já parou. Mas mudando o assunto. Você viu o Tahuan aqui?
- Não, vi não.
- eu vi Diego e pensei que ele também estaria aqui.
- O Diego está aqui?
- Está sim, ele vem já para nossa mesa.
Nesse momento percebi que não sei por quê, mas meu coração acelerou.
- Caí fora, ele não serve para você- ouvi Lucas dizer no meu ouvido.
- O que?
- Ele não é homem pra você, nem adianta.
- Ai, que mania horrível vocês tem, em pensar que eu quero esse menino!- gritei, já com raiva
- Mas está na sua cara!
- Não tem nada aqui não.
- Priima querida, cuidado para o coração não sair bela boca viu?- Racchel me disse, quase caindo.
- Prima,se senta, você já está bêbada!
- O Diego está vindo aqui, cuidado.- ela riu e saiu.
- Engraçadinha - falei com um tom de sarcasmo na minha voz
- Olha quem está vindo! Ai, meu Deus, dai-me força- disse a menina que estava ao meu lado, uma loira, cujo eu não lembrava o nome.
- Lindo, não?- a outra sorriu para mim, e saiu a mesa.
- Como? Quem? - fingi que não sabia de que ela estava falando, não queria mais alguém enchendo meu saco, com a história desse menino.
- O Diego. Esse que está chegando. - ele tava vindo, mais uma vez com um copo na mão.
- Hum, bonito sim.
Ele estava com uma calça jeans e com uma blusa listrada. Parecia ter algo diferente nele de hoje à tarde, mas não sabia o que era. Foi então que meio segundo depois, percebi que era o cabelo. Ele havia cortado um pouco mais. Assim, parecia mais novo, e mais galanteador.
Ao chegar, ele ficou um pouco distante da mesa. Parecia estar procurando alguém. Diferente de hoje a tarde, ele pareceu não me notar. Também, do que importava ele me notar ou não, que interesse eu teria nisso.
Vi o que mais chamava atenção nele, o que fazia o coração das meninas acelerar: era o sorriso dele. Um sorriso perfeito, lindo demais. O fazia ficar com a cara de um cafajeste, estes de filme. No meio de toda essa observação, ele notou que eu o olhava. Nossos olhos se encontraram num pequeno instante. Eu era até boa nisso, de ficar encarando alguém. Ele também pareceu gostar da idéia, e não tirou os olhos dos meus.

domingo, 25 de outubro de 2009

capitulo 1(parte 8)

Fiquei um pouco curiosa para saber o que era, mas não perguntei, não queria parecer metida. Sabia que não se tratava de mim, mas quem sabe, poderia ser né? O tal de Diego, talvez gostaria de saber quem eu era. Não, mas lógico que não, que besteira minha!
- Prima, você está tão calada, que houve? - perguntou ela, enquanto caminhávamos.
- Nada não prima.
- Ele tava olhando mesmo para você. -disse ela
- Por que? Ele disse algo? Ele perguntou algo? - percebi que quase gritei.
- Não, nada. Mas quando estava lá fora com eles, eu percebi que ele te olhava.
- Sério?
- Sim, mas não crie expectativas não. Ele ainda namora.
- Prima, eu não quero nada com ele não.
- Não estou dizendo mais nada

E caminhamos em silêncio até a casa. Ela parecia estar com raiva de algo, não sei por quê.
- Conseguiu o que você queria? - perguntou Racchel ao entrarmos em casa.
- Sim, sim. Meu repertório está massa agora.
- Posso ouvir?
- Claro.

Quando subi para o quarto, Bruna tava sentada na janela chorando.
- Prima, que aconteceu? O que eu fiz?
- Não foi você. Foi o Tahuan.
- Quem é esse?
- Aquele que estava com o Diego.
- Que ele fez?
- Eu gosto dele, e ele sabe, e fica assim, mostrando para os amigos dele que faz o que quer comigo.
- Idiota, deixa ele, cai fora dessa prima.
- Já tentei, mas gosto dele.
- Eu sei bem como é. Já vivi isso, e muito. É péssimo. Mas prometi para mim mesma, jamais ficar daquele jeito de novo. Pra você esquecer, basta querer.
- É, vou esquecer. Basta um tempo.
- Mas para de chorar, se não vai ficar com o olho inchado.
- Tá bom. Vamos ver filme?- ela perguntou, enxugando as lágrimas.
- Vamos

Começamos a assistir um filme de romance, típico romance de adolescentes apaixonadas.

capitulo 1 (parte 7)

O sol estava muito quente, e o caminho era um pouco longo. Mas foi legal. Bruna foi me mostrando o que era o que, me mostrou minha nova escola a partir de amanhã.
- Prima, não liga para aquilo que a Racchel disse no almoço não, viu?- se desculpou Bruna
- Bobagem.
- Ela era louca por ele. Por isso falou aquilo, para mostrar para mamãe que é normal alguém ficar fora de si quando ver ele.
- Mas eu fiquei fora de mim?
- Não, não. Mas ela é assim mesmo. Já disse até para mamãe que eu olhei assim para ele também.
- Ela já chegou a ficar com ele?
- Sim, sim. Numa festa. Ela ficou louca. Mas ele disse que foi só um fica, e nunca mais. Ele já ficou com todas as meninas daqui. Elas ficam loucas quando ele vem pra cá. Quer dizer, quando ele vinha só nos finais de semana. Agora ele vai morar aqui.
- Ele não morava aqui?
- Não, ele morava na outra cidade, mas os avós dele moram aqui, no sítio. Mas agora virá morar aqui, quer dizer, tá se mudando desde ontem.

Enfim, chegamos a Lan House, e interrompemos a conversa, quando vimos ele, o próprio Diego na porta da Lan House. Não tinha percebido o quanto ele era alto. Ele tava sem blusa, com um copo de bebida na mão. Quando nos aproximamos, ele encontrou meu olhar, e se afastou da porta. Percebi que enquanto entrávamos, ele ficou a nos observar.
- Priima, ele não parou de te olhar quando entramos!- disse Bruna, num tom empolgado
- Que nada, pra mim, não! Pra vc.
- Tá bom.
Pegamos um computador, o mais próximo da porta, infelizmente.
- Bruna vem aqui- disse o homem que estava junto de Diego, o dono da Lan House
- Já venho- ela me falou
Comecei a pegar as músicas, as masi badaladas do momento. A velocidade da internet não ajudava muito, mas tava dando certo. Bruna chegou perto de mim e disse:
- Prima, você está perto aí?
- Tô sim, prima, só falta essa música aqui!
- Tá, estarei esperando aqui na porta- senti um entusiasmo na sua voz.

- Vamos, terminei já!- eu disse a ela, que estava junto do homem e de Diego. Ele ainda estava com o copo na mão
- Tenho que ir, até mais tarde. - disse ela, mas não me virei para ver para quem era
- Tchau - gritou um deles

capitulo 1(parte 6)

Comecei a colocar os horários no caderno, com o fone no ouvido. Minhas músicas estavam se tornando muito repetitivas, precisava renovar meu repertório. Será que aqui teria algum lugar para acessar a internet?
- Prima, posso entrar? - era Bruna
- Claro prima, afinal, o quarto é seu.
- Não, nada disso, agora ele é nosso.
- Tá. Prima, aqui por perto tem uma lan house? Queria baixar músicas para atualizar o repertório do meu mp3.
- Tem sim, é perto do clube, onde iremos mais tarde. Mas se você quizer ir agora, eu te acompanho.
- Não prima, não quero te pertubar. Você me diz apenaso caminho. Não vou fugir.
- Mas eu posso ir com você?
- Pode, claro.
- Quer ir agora?
- Se não incomodar
- Pois vamos.
O sol estava muito quente, e o caminho era um pouco longo. Mas foi legal. Bruna foi me mostrando o que era o quê, me mostrou minha nova escola a partir de amanhã.
- Prima, não liga para aquilo que a Racchel disse no almoço não, viu?- se desculpou Bruna
- Bobagem.
- Ela era louca por ele. Por isso falou aquilo, para mostrar para mamãe que é normal alguém ficar fora de si quando ver ele.
- Mas eu fiquei fora de mim?
- Não, não. Mas ela é assim mesmo. Já disse até para mamãe que eu olhei assim para ele também.
- Ela já chegou a ficar com ele?
- Sim, sim. Numa festa. Ela ficou louca. Mas ele disse que foi só um fica, e nunca mais. Ele já ficou com todas as meninas daqui. Elas ficam loucas quando ele vem pra cá. Quer dizer, quando ele vinha só nos finais de semana. Agora ele vai morar aqui.
- Ele não morava aqui?
- Não, ele morava na outra cidade, mas os avós dele moram aqui, no sítio. Mas agora virá morar aqui, quer dizer, está se mudando desde ontem.

Enfim, chegamos a Lan House, interrompemos a conversa quando vimos ele, o próprio Diego na porta da Lan House. Não tinha percebido o quanto ele era alto. Ele tava sem blusa, com um copo de bebida na mão. Quando nos aproximamos, ele encontrou meu olhar, e se afastou da porta. Percebi que enquanto entrávamos, ele ficou a nos observar.
- Priima, ele não parou de te olhar quando entramos!- disse Bruna, num tom empolgado
- Que nada, pra mim, não! Pra você!
- Esta bem.- ela disse rindo.
Pegamos um computador, o mais próximo da porta, infelizmente.
- Bruna vem aqui- disse o homem que estava junto de Diego, o dono da Lan House, pelo visto.
- Já venho - ela me falou.
Comecei a pegar as músicas, as mais badaladas do momento. A velocidade da internet não ajudava muito, mas estava dando certo. Bruna chegou perto de mim e disse:
- Prima, você está perto aí?
- Estou sim prima, só falta essa música aqui!
- Tudo bem, sem pressa. Estarei esperando aqui na porta.- senti um entusiasmo na sua voz.

- Vamos, terminei já!- eu disse a ela, que estava junto do homem e de Diego. Ele ainda estava com o copo na mão.
- Tenho que ir, até mais tarde. - disse ela, mas não me virei para ver com quem era.
- Tchau - gritou um deles.

sábado, 24 de outubro de 2009

capitulo 1 ( parte 5)

- Mãe, você não sabe quem a Bárbara ficou babando quando viu?- disse Racchel
- Quem? Não me diga que foi Diego. Foi ?- perguntou tia Flórida, num tom assustado.
- O próprio.
- Minha filha, não olha para ele. Nem pense em pensar naquele menino de uma forma encantadora, nem ache ele bonito. Desvie o olhar dele, sempre que o ver.
- Tá tia, mas calma, eu não babei ninguém não, isso é exagero de Racchel. Eu apenas olhei para ele, nada mais. Nem o achei atraente, como elas o acham.
- É verdade. Ela o achou metido mãe. - me apoiou Bruna
- Ainda bem. Essa aqui- disse tia Flórida apontando para Bruna- quase morreu por ele há um tempo atrás, mas já passou. Você não caia nessa tentação também.
Foi aí que entendi. Racchel foi louca por ele, e sentiu ciumes porque eu olhei para ele, e sabia que se tia Flórida soubesse ia dar advertências.
- Foi, mas passou. Já aproveitei tudo que tinha para aproveitar - se defendeu ela, tentando não ficar por baixo
- Não se preocupe tia, ele não faz meu tipo - falei isso na esperança de interromper aquele assunto.
- Ainda bem.
- Tia, a senhora poderia me informar onde se encontra meu horário escolar? gostaria de colcar no caderno já.
- Sim, sim. Está dentro de minha bolsa. Pode pegar.
Saí atras não do envelope, mas fugindo daquela tortura.

Capitulo 1 (parte 4)

- Mãe, você não sabe quem a Bárbara ficou babando quando viu?- disse Racchel
- Quem? Não me diga que foi Diego. Foi?- perguntou tia Flórida, num tom assustado.
- O próprio.
- Minha filha, não olha para ele. Nem pense em pensar naquele menino de uma forma encantadora, nem ache ele bonito. Desvie o olhar dele, sempre que o ver.
- Sim tia, mas calma, eu não babei ninguém não, isso é exagero de Racchel. Eu apenas olhei para ele, nada mais. Nem o achei atraente, como elas o acham.
- É verdade. Ela o achou metido mãe. - me apoiou Bruna
- Ainda bem. Essa aqui- disse tia Flórida apontando para Racchel- quase morreu por ele há um tempo atrás, mas já passou. Você não caia nessa tentação também.
Foi aí que entendi. Racchel foi louca por ele, e sentiu ciúmes porque eu olhei para ele, e sabia que se tia Flórida soubesse ia dar advertências.
- Foi, mas passou. Já aproveitei tudo que tinha para aproveitar - se defendeu ela, tentando não ficar por baixo.
- Não se preocupe tia, ele não faz meu tipo - falei isso na esperança de interromper aquele assunto.
- Ainda bem.
- Tia- disse quando terminei de lanchar-, a senhora poderia me informar onde se encontra meu horário escolar? Gostaria de colocar no caderno já.
- Sim, sim. Está dentro de minha bolsa. Pode pegar.
Saí atrás não do envelope, mas de fugir daquela tortura.
Comecei a colocar os horários no caderno, com o fone no ouvido. Minhas músicas estavam se tornando muito repetitivas, precisava renovar meu repertório. Será que aqui teria algum lugar para acessar a internet?
- Prima posso entrar? - era Bruna
- Claro prima, afinal, o quarto é seu.
- Não, nada disso, agora ele é nosso.
- Certo.
- Prima – eu disse-, aqui por perto tem uma lan house? Queria baixar músicas para atualizar o repertório do meu mp3.
- Tem sim, é perto do clube, onde iremos mais tarde. Mas se você quiser ir agora, eu te acompanho.
- Não prima, não quero te perturbar. Você me diz apenas o caminho. Não vou fugir.
- Mas eu posso ir com você?
- Pode, claro.
- Quer ir agora?
- Se não incomodar
- Pois vamos.

Capitulo 1 (parte 3)

- Bárbara, está viva?- ouvi uma voz no meu ouvido
- sim, opa! que horas já são?
- São sete da manhã! Você dorme desde as cinco da tarde.
- Me desculpem. É que precisava.
- Não, tudo bem, só queria saber se ainda estava viva. Mas parece que sim. Vou deixar você se aprontar. - foi então que percebi que não era Bruna, mas sim Racchel.
Depois desci, não sabia como eram os costumes deles, minha mais nova família. Peguei meu fone de ouvido e desci as escadas. O café já estava exposto na mesa, pareciam que todos estavam a minha espera.
- A bela adormecida então está viva. - disse tio Enario
- Oi tio, que saudades de você. - fui ao seu encontro, dando um abraço.
Ele era meu parente favorito. Durante minha infância, ele foi um pai para mim.
- Minha princesa, cada dia mais linda! Como estamos? Está gostando daqui?
- Ela ainda não teve tempo para nada. Chegou e logo dormiu. Mas hoje irá no clube, conhecer os futuros colegas de sala. Falando nisso, Bárbara, em qual série você faz? Eu lhe matriculei na mesma turma das meninas, o 2º ano. É essa?
- Sim tia, fazia essa série lá.
- Pois mais tarde você me lembre de lhe dar se horário escolar, está bem?
- Tá tia.
- Nossa, do jeito que o povo da escola é, os meninos todos irão voar em cima da Bárbara! - disse Racchel, um pouco empolgada.
- Que nada!
- Você não conhece...
- Vamos deixar a menina lanchar, aposto que ela está faminta. - disse Bruna

Durante todo o café, as meninas me informaram tudo que acontecia na escola. Os mais cobiçados, as mais metidas, tudo. Não me empolguei, mas também não poderia mostrar minha infelicidade naquele lugar. Não na frente deles, que pareciam gostar da nova integrante da família.
Após o café fomos ao Mercantil que lá tinha, perto da casa, para comprar meu novo material escolar. Foi lá, no estacionamento que de repente, um rapaz interrompeu toda a conversa, todo o riso, toda a concentração. Ele tinha uma cara de ser "o" cara. Muito bossal até, mas muito charmoso. Lindo, mas que parecia não valer apena tentar se apaixonar.
- Fecha a boca dela, se não ela baba. - disse Racchel num tom brincalhão ( desde quando ela era assim?), ao cutucar Bruna.
- Cuidado, ele já tem dona viu?!- disse Bruna
- Calma! Não tô fazendo nada, só observando. Quem é esse?
- Diego. Perfeito essa boquinha dele, ele é todo perfeito né? Mas não se empolga, tem dona, já!- falou Racchel.
- Ele é chamativo sim, mas não isso tudo que você diz!
- Quê? Você tá louca? Ele é perfeito!- quase Racchel gritou
- Vocês podem nos dar licença? - disse um homem com cara meio rabugenta para nós. Foi então que vi, que parecíamos três bobas paradas olhando para aquela belezinha, que não era pro nosso bico, no meio da calçada, impedindo a todos de passar.
- Claro, pois não- eu disse, com vergonha daquele papelão. - Vamos logo, antes que passamos outra vergonha aqui.
Atravessamos a rua, e o olhar dele nos encontrou, um olhar de insignificância, como se ele pensasse ter ouvido um barulho, mas não tinha nada. Isso parece ter desapontado um pouco as meninas.
Quando terminamos, ele não estava mais lá, só o carro preto em que ele se escorava no momento anterior. Seguimos nosso rumo, mas sem falar dele, um desaponto para mim. Não tinha achado ele interessante, mas queria saber um pouco dele, o por quê dele tanto chamar a atenção.

capitulo 1 (parte 2)

A última vez que vi minhas primas foi no enterro de minha mãe, há dois meses atrás. Então, elas não deviam ter mudado muito. Até gostava de Bruna, mas não de Racchel. Elas eram gêmeas, tinham 16 anos, assim como eu. Bruna estava a minha espera na porta, com um largo sorriso no rosto. Racchel estava com o namorado (que por sinal já era outro) saindo de casa.
- Prima, quanto tempo! Como você está? - perguntou Bruna, sorrindo e vindo me abraçar.
- Oi prima. Estou sã e viva! - disse, prometendo para mim mesma, que ia transparecer o mais normal possível.
- Deixa eu te ajudar a levar as malas. - disse ela, pegando uma das que estava na minha mão, e me ajudou levando para a casa.
Chegando no quarto, logo vi o mural de fotos. Uma foto minha até, junto de Bruna. Tínhamos quatro anos naquele tempo.
- Bons tempos, não? - perguntou Bruna
- Sim, bons tempos!
- Você ainda tem seu cantinho aqui, lembra né?
- Sim, sim.
- Bom, vou te dar um pouco de privacidade. Ponha as coisas na ultima gaveta, ela é sua.
- Ah, obrigada
E eu fiquei sozinha, naquele quarto branco, esquisito. Comecei arrumando minhas roupas nas gavetas e segui para o banheiro, precisava tomar um banho e dormir.

Capítulo 1 ( parte 1)

Enquanto olhava o céu, via a chuva cair no horizonte e um arco-íris se formando do outro lado. Um momento típico em dias finais de inverno. Sentia um friozinho na barriga, eram os momentos finais naquele lugar, meu porto seguro dos meus dias de deprê.
- Vamos, está na hora! - disse tia Flórida
- Estou indo - disse, com profunda tristeza em minha voz.
Comecei a sentir lágrimas escorrerem de meu rosto, e a depressão me puxando novamente para aquele buraco. Mas resisti, tinha que parecer forte para todos lá fora. Meus ursos, sonhos, minhas amigas iam ficando para trás. Sabia que depois jamais voltaria ali novamente, não veria mais meus amigos, que todos os meus sonhos agora ficariam para trás.
- Amiiga, espera! - ouvi Carina gritar meu nome, logo quando o carro partia.
- Dá pra parar! Espere!- sai do carro, ao seu encontro.
- Você não pode ir, não precisa ir, fica aqui, você mora comigo. Não vai! Eu te peço! - senti uma dor imensa ao ouvir isso dela, com lágrimas escorrendo por todo o rosto.
- Amiga, sabe que preciso ir.
- Mas por quê? Você está destruindo nossa amizade agora.
- Já me sinto péssima em ir, não me faça sentir culpada! Fui em sua casa, você não quis falar comigo, não atendeu meus telefonemas.
- Eu sei, me desculpa, mas é porque não quero que você vá embora.
- Mas agora é tarde amiga. Mas não me esquecerei de você, não se preocupa.
- Vamos, Bárbara, está na hora. - tia Flórida, já gritava por mim.
- Tenho que ir agora- disse a ela.
- Espera, tenho que te dar algo. - ela tirou do pulso a sua pulseira, que tanto amava e colocou no meu braço.
- Isso agora te pertence, você sempre a quis. É para você nunca esquecer de mim, viu?
- Claro, claro. Te amo amiga. Não é por causa dela que não vou te esquecer. Você está no meu coração pra sempre já.
Nos abraçamos. Sentia falta daquele abraço. Desde que anunciei que ia partir, ela não flava mais comigo. As lágrimas e sorrisos marcaram este momento, este adeus.
- Vá, antes que a bruxa venha nos pegar. Te amo amiga, para sempre. Se cuida. Não me esqueça!
- Jamais!- gritei e saí.
Carina viveu comigo por toda minha infância. Por toda minha pré- adolescência. Por todo o momento difícil que passei há pouco tempo. Ela que dormia comigo a noite quando via que ia acabar fazendo bobagem, ela que me acudiu quando desmaiei na escola a receber a notícia da morte de minha mãe. Ela que transformou minha vida, trazendo alegria novamente para minha vida. Ela foi a última pessoa que me viu feliz.

Prólogo

"Eu não entendia porque aquele homem desconhecido me carregava nos braços. O por quê que todos me olhavam, o motivo de minha farda estar suja de sangue, por quê meus amigos olhavam para mim chorando. Será que aquele era o momento final, o meu adeus? Será que minhas promessas de um ano atrás foram em vão, e não compriria elas. Será que foi o momento final? De repente, meus olhos pesaram e não consegui mais abri-los..."