quinta-feira, 29 de outubro de 2009

capitulo 2 ( parte 9)

Tentei ser mais rápida possível. Não queria chegar à noite em casa. O tempo tava escuro e isso me preocupou, mas não ia demorar. Ao chegar na Lan house, a menina que estava perto de mim no clube, a qual eu não sabia o nome, estava lá. O computador vago estava ao seu lado, e eu fui até lá. Ela não pareceu notar minha chegada. Então falei com ela.
- Oi ? - eu disse, meio insegura em falar.
- Ah, oi Baba, tudo bom? - ela me chamou de Baba, e só quem costumava me chamar assim era Carina. Senti uma dor ao lembrar de minha amiga, da nossa despedida.
- Ah, oi, tudo sim e você?- respondi ao perceber que tinha parado no tempo.
- Estou bem...
- Géssica, seu tempo acabou. Vai colocar mais tempo? - rapaz falou com ela, então esse era seu nome, Géssica.
- Sim, sim. Ainda não terminei aqui.- ela respondeu, sem tirar os olhos da tela e do caderno.
Foi então que percebi que ela também estava colando o resumo da internet. Que povo mais mafioso!
- Nossa! Os trabalhos sairão todos iguais pelo visto.
- Também né fofa! Quem estava assistindo aquele filme? - ela falou sem olhar para mim.
Notei que ela era diferente quando não estava arrumada. Ela era branca, mais que eu, e baixinha, e tinha um estilo diferente das meninas se vestirem. Ela tinha o estilo roquinho.
Comecei a fazer o trabalho. Quando ela me dá um susto:
- Terminei, aleluia! Trabalho feito.- então ela se levantou e entregou o dinheiro ao rapaz responsável pela Lan House, e voltou para onde estava, puxando a cadeira para perto de mim.
Ela me olhou e viu meu caderno.
- Que rabiscados são esses? Cadê seu trabalho?- perguntou ela ao ver minhas anotações.
- Anoto apenas o necessário e faço meu resumo. Não quero que o professor tenha que ler 16 trabalhos iguais né?
- Espertinha!
- Estou quase terminando- eu disse a ela, que parecia estar a minha espera.
Quando começa um ventinho gelado, e vejo que lá fora começa a chover.
- Chuva?! Nossa!- ela se empolgou com isso.
- Ah, que ótimo, como vou pra casa agora?- perguntei para mim mesma.
- Vamos comigo. Vou ligar para meu primo vir me buscar, sua rua é uma antes da minha, ele não se incomodará em parar na sua casa.
- Mas estou de bicicleta!
- Ai que péssimo!
- Pronto, chegar em casa é só passar a limpo. - falei para mim mesma.
Enquanto ela ligava para seu primo, eu fui entregar o dinheiro ao rapaz. A chuva não diminuía, mas também não engrossava. Sabia que iria voltar para casa toda molhada; que a chuva não iria parar tão cedo. Mas fiquei com Géssica, na espera de seu primo. Fomos para a porta da lan house, lá tinha uma cobertura.
- O que você está ouvindo no seu mp3 agora?- ela me perguntou ao ver ele no meu bolso
- Simple Plan.
- Boa pedida. Você gosta de rock?
- Gosto de músicas com toques românticos, como as novas da banda.
- Eu também! Tenho um cd lá em casa que as músicas são todas assim, nesse estilo. Se quiser, amanhã posso levar para a escola e te emprestar.
- Claro, seria bom. Faz tempo que preciso me lamentar um pouco, sofrer um pouco com letras românticas.
- Quer dizer que você é masoquista em relação ao amor?
- Não que eu queira. Não tenho culpa do destino me colocar em situações de sofrimento.
Ela riu ao eu dizer isso.
- Você já sofreu por amor?- ela me perguntou
Houve uma pausa para minha resposta, ela ficou na espera.
- Sim, uma vez. Mas uma única vez que bastou, foi suficiente. - eu falei me encolhendo ao dizer isso, não gostava de lembrar daquele tempo.
Um carro que vinha acelerado na rua, parou em frente a Lan house. Eu conhecia aquele carro, eu conhecia o motorista do carro. Diego desceu do carro correndo, e entrou direto na lan house, fugindo da chuva.
- Tahuan tá aqui? - ele perguntou ao homem que tava responsável da lan house. eu não consegui deixar de observá-lo, ele ficava mais bonito com blusas de manga comprida.
- Não, ele saiu, só está aqui mais tarde.- o homem respondeu.
Ele chegou na porta e disse:
- Vamos mocinha? - ele perguntou, ainda fiquei em duvidas se era comigo ou com Géssica, mas não respondi.
- Vamos. Tchau Baba, até amanhã.- ela disse e correu para o carro.
- Tchau- respondi incrédula, ele era o primo dela?
Coloquei meu papel de anotações dentro de meu bolso, junto com o mp3. E saí.

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