sábado, 31 de outubro de 2009

Capítulo 4 ( parte 6)

Não sabia se estava realmente fazendo frio, ou estava ansiosa por ele está ali. Minhas mãos estavam um pouco geladas. Acho que Denise percebeu minha ansiedade, e o chamou.
- Fica assim não. Vou chamar ele. Certo? – disse ela, esticando o braço para chamá-lo.
- Não, não! – eu disse, com vergonha.
- Não quer? – ela me olhou com olhos arregalados.
- Quero, mas sei lá...
- Diego, vem aqui.
Ele chegou mais perto. Com um copo na mão, pra variar.
- Essa aqui é minha amiga Bárbara, super gente boa. E esse é meu primo, Diego, super gente boa também. Dão certo juntos.
Quando ela terminou, ele pegou minha mão e aproximou o rosto. Mais uma vez, beijo do lado, beijo do outro. Meu coração acelerou. Depois ele soltou minha mão.
Não queria ter visto ou percebido aquilo, mas notei que ele não queria aquilo. Estava ali como se fosse necessidade.
- Bom, vou deixar vocês à sós para poderem conversar ta?! – ela disse e saiu.
Ele não se moveu. Apenas virou o copo de bebida, e não ficou de frente para mim, mas sim de lado. Eu sabia que ele não queria estar ali, e eu fiquei envergonhada com aquilo. Parecia uma boba. Eu vi nos olhos dele que ele não queria estar ali, não queria me conhecer, que eu não era nada ali. Era apenas mais uma que ele teria a obrigação de beijar. Mas ainda assim, não saí. E falei por fim, após um minuto esperando por ele:
- E aí? – saiu sozinha, não tive culpa.
- E aí? Foi você que a Géssica me apresentou na escola, não foi? – ele disse. Ainda sim, não virado só para mim.
- Eu mesma. – respondi.
Ele balançou a cabeça positivamente. E fez um som como “huum...”.
Ele pegou o copo, e o colocou na mesa, agora voltando para mim. E se aproximou mais, me dando um selinho, eu perguntei:
- E é fácil assim? – com menos de dois centímetros de distância dele.
- É, não?- ele fez um sorriso malicioso, lindo.
E com a música “ Take a Bow”, de Rihana, ele me beijou de novo. Dessa vez foi um beijo verdadeiro. Meu Deus, nunca tinha sido daquele jeito, aquela intensidade. Como poderia existir algo tão bom como aquele beijo. Por que eu não o encontrei antes? Por que ele só me apareceu agora? Por que aquilo só estava vindo agora? Aquela sensação. O beijo era perfeito, o melhor de toda a minha vida, talvez o melhor que deve ter existido entre duas pessoas. Nem um beijo apaixonado seria assim, bom, perfeito e mágico! Estávamos ali a um bom tempo, nos beijando. Não queria mais parar, queria que fosse assim, para sempre. Que nossos corpos e nossos lábios nunca se afastassem, jamais, que fosse só assim, até que a morte nos separasse. Mas me sentia já um pouco sem fôlego. E parei. Eu o fitei, com um sorriso satisfeito no rosto, ele também fez o mesmo. Mas não me abraçou.
- Vou aqui. – ele me disse, entrando na casa.
Nossa! Todos me encaravam! Que vergonha! Tinha a certeza de estar vermelha, mas não liguei. Olhei para Géssica e ela fez um sinal de legal para mim. Apenas sorri, e vi que estava com menos frio agora. Lá vinha ele, sorrindo. Me abraçou, e quando ia me beijar, três homens chegaram mais perto.
- Você está namorando com ele? – perguntou o mais alto.
- Não, não! – eu respondi sorrindo. Ele estava na minha frente, de novo com o copo. Apenas sorrindo, e me fitando com os olhos. Parecia me observar. Vendo meu jeito, minha aparência.
- Você me dá quantos anos?- perguntou outro, mais baixinho e gordinho.
- Não minta! – disse o grandão de novo.
- Sei lá, 28?- eu respondi. Aquela não era uma situação legal. Eu queria mesmo é beijar o Diego.
- Você me dá tudo isso? – ele perguntou.
- É, acho que sim. – respondi, olhando para Diego. Por que ele não os mandava embora?
- Você sabia que eu sou mais novo que ele? – ele falou apontando para o grandão.
- Você me dá quantos anos? – perguntou o grandão.
- Ei gente, vamos deixar o rapaz namorar, vamos. – disse o mais baixinho dos três. Finalmente alguém tinha dito aquilo.
- Vamos. Parabéns viu, meu primo é gente boa ta?! – disse o grandão ao sair.
Ele abriu o sorriso de novo para mim, se aproximando novamente e me beijando. Dessa vez o beijo ainda foi melhor, e com mais emoção. Melhorando ainda mais a perfeição. Não sabia que ainda havia algo que ultrapassava ela. Ele era todo perfeito, isso me deixou mais apaixonada. Quando paramos, eu não conseguia cair na real e ver que eu beijava aquele menino, aquele que se julgava mais tudo pra mim naquela hora. O mais lindo, que tornaria minha vida a melhor de todas.
- Não tem problemas para você me beijar aqui, na frente de todo mundo? – eu perguntei, abraçada com ele.
- Não. Tem pra você? – ele perguntou.
- Claro que não. – eu disse.
- Então pronto, relaxe! – ele disse e sorriu de novo. Depois me beijou. Novamente, me perdi em pensamentos.
Como poderia ser tão bom assim. Jamais imaginei encontrar de novo a felicidade com outra pessoa depois de Junior. E agora, mais parecia um conto.
- Vou aqui. – ele saiu de novo, para dentro da casa.
Denise me chamou.
- Que foi aquilo? – ela me perguntou, pegando na minha mão. – Nossa! Você em menina, ta quente, quente. – ela riu com aquilo.
- Pois não é! Quando vi, já estava em seus braços, e beijando a boca dele.
- Esse meu primo, viu, sei não!
- Lindo, perfeito, tudo! – eu disse, até rápido demais.
- Ainda bem que você gostou. – ela falou.
- Valeu, Denise! Muito obrigada mesmo. – eu a abracei.
- Por nada! Mas, sim, você vai com a minha tia, tudo bem?- ela falou.
- Tudo, quando ela for você me avisa.
- está bem. Mas agora volta pra ele.- ela disse me empurrando.
Novamente, me afundei nos braços dele. Me aprofundei nos beijos e nos carinhos e carícias dele. Era tão bom. Mal conversamos, nos beijamos mais. Queria aquilo para sempre. Sei que não teria, então tinha que aproveitar ao máximo. Passamos mais de uma hora ficando, sem interrupções, nem nada. Só beijos.
- Ei, tenho que ir ali no carro. – ele disse, saindo.
- Tudo bem.
Ele se foi. Voltei para perto de Denise. Uma mulher a chamou. E fiquei só.
- Amiga, a minha tia já vai.- ela me disse.
- Certo, vou só buscar minha bolsa.
Eu subi correndo as escadas e a peguei. Quando cheguei lá fora, antes de ir, me despedi só de Géssica e Denise, não queria que a mulher ficasse me esperando por mais tempo.
Perto do portão, lá estava ele, dentro do carro, mudando o cd.
- Diego, tenho que ir. Tchau. – eu disse.
Ele saiu do carro, e veio até a mim.
- Não vai agora!- ele pediu, dependendo de mim, eu não iria mesmo, mas tinha que ir.
- Tenho que ir. Adorei te conhecer. – eu disse a ele.
- Eu também. – ele falou isso e me beijou. – A gente se vê por aí.
- Está bem. – disse e saí.

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